segunda-feira, 14 de julho de 2014

O futebol pode ser mais que pão e circo / Football can be more



HEY FOREING FRIEND! YOU CAN FIND A ENGLISH VERSION OF THIS TEXT JUST BELOW THIS PORTUGUESE ONE!!

O ‘homem das cavernas’ ainda vive em nós. Preocupado com a sua sobrevivência num mundo selvagem, nos primórdios da humanidade, o ser humano se comportava de forma violenta e competitiva. No entanto, nossa composição biológica nos garantiu muita matéria prima a ser desenvolvida: com o passar do tempo fomos criando novas conexões neurais, aprendemos a usar ferramentas, aprendemos a ensinar e desenvolvemos as línguas, as culturas, as filosofias.

O mundo cultural que criamos é maravilhoso: mesmo sendo apenas uma pontinha do universo, conseguimos enxergar ao nosso redor, somos conscientes da nossa presença no Planeta Terra e até exploramos outras galáxias. Também criamos a agricultura e a medicina, e com isso aumentamos exponencialmente nossa população na Terra, e também aumentamos nossa longevidade. No entanto, old habits die hard* e ainda somos uma espécie muito competitiva.

Se quisermos manter nossa cultura, nosso lado mais humano e social, teremos que usar os esportes como nosso campo de batalha: enquanto sustentamos uma camisa e damos nossos gritos de apoio, extravasamos nossa necessidade de competidores! Sorrimos, cantamos!

Fora do campo esportivo, meu amigo, se você for preconceituoso, você está fora de moda. E bem desinformado. Pois a ciência já mostrou por A + B que somos todos, todinhos, iguais uns aos outros. Nossos genomas são 99% idênticos: brasileiros, argentinos e alemães.

E palestinos e judeus.

Nesse momento, no Oriente Médio, há uma grave crise internacional: Israel bombardeia a Faixa de Gaza, afirmando que os palestinos (na verdade, é só o grupo extremista Hamas) sequestraram e mataram 3 adolescentes israelenses. Os palestinos revidam. Eles não conseguem se entender. A briga entre israelenses e palestinos já dura décadas, e é marcada por intolerância religiosa e violência.

Mas também pela presença de muita gente perseverante que trabalha para mudar esse quadro. Meu amigo Aziz Abu Sarah, explorer da National Geographic e apaixonado por futebol, veio ao Brasil apreciar a copa do mundo e também aprender um pouco sobre a nossa cultura. Algum tempo atrás, Aziz promoveu um encontro no Oriente Médio entre crianças judias e palestinas, e os colocou para jogar uma pelada. Clique aqui e confira. 

Sensacional, não é mesmo? A brincadeira, o futebol, colocaram todos eles em pé de igualdade. 



E por que é que as pessoas se brigam mesmo? Eu gosto mesmo é de futebol! Podemos jogar juntos de novo na semana que vem?

Consideração final: Esse texto não teve a intenção de isentar o futebol brasileiro de seus problemas, nem de chamar a FIFA de empresa mais filantrópica do universo. Aqui não é nem sobre a FIFA, nem a CBF, ambas entidades que necessitam de reformas urgentes! Esse texto quis falar sobre tolerância. Quis falar que, o único jeito de nos tornarmos realmente aquele bichinho civilizado que tanto dizemos que somos (mas que na verdade ainda não somos), é deixando nossa violência e competitividade de lado. Não conseguimos? É biológico? Que o esporte seja nossa válvula de escape! 

Uma banana pra você, Argentina!


Para entender mais sobre o conflito Israel e Palestina, veja a série Conflict Zone do Aziz, são apenas 4 vídeos de oito minutos cada. Clique aqui.

* hábitos antigos custam a morrer.

The 'caveman' still lives in us. Worried about their survival in the wild, at the beginnings of mankind, humans behaved violently and competitively. However, our biological makeup assured us a lot of raw material to be developed: in the course of time we were creating new neural connections, learning how to use tools, learning to teach and so, we developed the languages​​, cultures, philosophies.

The cultural world men has created and where we live in now is wonderful: even though being only organized star dust and a small fraction of the universe, men has the ability to look and see their surroundings; we are aware of our presence in the universe and we have even explored other galaxies. We also created agriculture and medicine that exponentially increased our population on earth, and also increased our longevity. However, old habits die hard and we are still a very competitive species.

If we want to maintain our culture, our most human and social side, we have to use sports as our battlefield: while holding a shirt and supporting the players of our team, we release a lot of energy. There, in the sports fields, we can compete. And at the end, we go home smiling or shouting, but our differences end there.

Outside the sports field, my friend, if you are prejudiced, you are out of fashion. And just uninformed. Because science has shown that we are all equals: our genomes are 99% identical; Brazilians, Argentines or Germans.

And Palestinians and Jews.

Right now, in the Middle East, there is a serious international crisis: Israel is bombing Gaza, claiming that Palestinians (in fact, just the extremist group Hamas) kidnapped and killed three Israeli teenagers. Palestinians retaliated. They can’t get along. The fight between Israelis and Palestinians has lasted decades, and is marked by religious intolerance and violence.

But also by the presence of much persevering people working to change that. My friend Aziz Abu Sarah, a National Geographic explorer and passionate about football, he came to Brazil to enjoy the world cup and also to learn a bit about our culture. Some time ago, Aziz has held a meeting between Jewish and Palestinian children in the Middle East, and put them to play football. Click here and check.

Amazing, right? When the football started they were all equals.


Final consideration: This text didn’t have the intention to say Brazilian and international football are not marked by serious problems. They are. This text is not about CBF neither FIFA, both institutions that really need urgent reforms. These words wanted to talk about tolerance and hope. If humans really want to be that ‘civilized species’ as they like to call themselves, we have to leave this world of violence and competition aside. We can’t? You say it’s biological? Ok: let use the sports fields as our stage of competition!

Speacking of that: try again in for years, Argentina!!


To understand more about the Israeli-Palestinian conflict, see the Conflict Zone by Aziz series, four 8-minutes videos. Click here.

2 comentários :

  1. Legal esse ponto de vista. As vezes se pensa que a competitividade do esporte é um laboratório de rivalidade, agressividade, etc. Mas todo mundo sabe e repete que "jogo é jogo", e talvez seja mais ainda um exercício de manter as boas relações, mesmo em condições "adversas" ou "perigosas".

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  2. O problema com os conflitos entre Israel e Palestina sempre foi e sempre sera a tal da religião. Uma das maiores putarias do mundo, se não for a pior, que desde os primórdios e ate os dias atuais vem fazendo merda com desculpas de um mundo mais justo e igual pra todos. E essa putaria começa qdo se é obrigado a ter uma disciplina chamada "ensino religioso" na escola.

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