Resolvi inaugurar no blog a
sessão ‘Terminei de ler’. A maior parte, se não todos, os textos desse blog são
baseados em questões sobre as quais refleti ao final da leitura de algum livro,
é claro. Já escrevi sobre um dos meus livros preferidos “O mundo assombrado
pelos demônios” diversas vezes, e ainda preciso apresentar uma resenha do
espetacular “Andar do bêbado”. Talvez faça isso agora a partir dessa sessão.
A diferença dela é que é mais direta:
hoje gostaria de recomendar o livro do Ken Follet chamado ‘Queda de Gigantes’.
Este é o primeiro livro da trilogia ‘O Século’. Ele não é um livro científico,
ou sobre ciência. É um livro de história. Mas quem falou que a ciência não está
baseada e é totalmente dependente dos fatos históricos? O que dizer sobre o ‘Projeto
Manhattan’, que finalizou com a produção da bomba atômica que acabou com a II
Guerra Mundial?
Mas afinal, porque os homens
fazem guerras? Por que os soldados vão pra linha de frente defender o interesse
dos países e das alianças em vez de pensar nos seus próprios interesses?
Para entender essas questões, que
parecem tão distantes dos civis das américas ou Europa do século XXI, recomendo
fortemente a leitura desse romance histórico. Vale a pena como leitura de
lazer. Vale a pena como contextualizador histórico deste século gelado.
Ken Follet contratou oito consultores históricos para escrever a trilogia. Meia dúzia de editores e
agentes literários leram as primeiras versões do manuscrito. O segundo livro já
está encomendando, aguardo-o ansiosamente.
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1920
“ O exército francês ocuparia a
região de fronteira Renânia durante 15 anos. A região do Saar se tornaria um
protetorado da Liga das Nações, sendo que os franceses controlariam as minas de
carvão locais. A Alsácia e a Lorena seriam devolvidas à França sem plebiscito:
o governo francês temia que a população decidisse permanecer alemã. O novo
Estado polonês ficaria tão grande que passaria a incluir os lares de três
milhões de alemães e as minas de carvão da Silésia. A Alemanha perderia todas
as suas colônias: os Aliados as haviam distribuído entre si como ladrões
dividindo um butim. E os alemães seriam forçados a aceitar o pagamento de
reparações de valor indeterminado – em outras palavras, teriam que assinar um
cheque em branco.... O artigo do tratado dizia: “Os Governos Aliados e
Associados afirmam, e a Alemanha aceita, a responsabilidade da Alemanha e de
seus aliados por todas as perdas e danos os quais os Governos Aliados e
Associados, bem como seus respectivos cidadãos, foram submetidos em
consequência da guerra a eles imposta pela agressão da Alemanha e seus aliados."
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Nos Estados Unidos.
- Você quer ter filhos? –
perguntou Gus.
- Sim!
- Eu também. Espero que o presidente
Wilson não esteja certo. Segundo ele, nossos filhos vão lutar em outra guerra
mundial.
- Que Deus nos livre!!
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O filósofo Bertrand Russell
visitou a Rússia naquele ano e escreveu um livro curto, chamado Teoria e prática do bolchevismo. Russell atacava os bolcheviques não por terem ideais errados, mas por terem ideais
certos e não conseguirem coloca-los em prática.
- Isso não quer dizer que esteja
errado. Russel é socialista. A acusação dele é que os bolcheviques não estão
implementando o socialismo.
- Não se pode fazer um omelete
sem quebrar os ovos. – afirmou seu marido, líder do sindicato dos Trabalhadores
da Grã Bretanha.
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- Nosso governo alemão nos traiu –
disse seu pai.
- Isso é o que o senhor acha.
Mais e daí? Nos Estados Unidos, quando os republicanos venceram as últimas
eleições, os democratas não se amotinaram!
- Os Estados Unidos não estão
sendo arruinados por bolcheviques e judeus.
- Se o senhor está preocupado com
os bolcheviques, então diga às pessoas para não votarem neles. E que obsessão é
essa com os judeus?
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