tag:blogger.com,1999:blog-78049649526954758002024-02-06T19:21:51.599-08:00Improviso CientíficoAmpliando as visões de mundo através da lupa científica. Por Marcela Uliano-SilvaMarcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.comBlogger41125tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-43378012153758652012017-03-21T17:08:00.003-07:002017-03-21T17:08:31.871-07:00Finalmente: um gene para chamar de seu! Batismos no genoma do mexilhão dourado!<div class="MsoNormal">
Olá pessoal!!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Chegou o grande dia!! Vamos nomear os genes do genoma
nuclear do mexilhão dourado!! Essas são as nossas recompensas da campanha do catarse www.catarse.me/genoma<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A montagem do genoma do mexilhão
dourado <b>está pronta</b>! Isso significa
que nesse momento já conhecemos a sequência de 1,6 bilhão de letras A,C,T e G
que codificam todos os genes que dão origem às linhagens celulares, tecidos e
órgãos da espécie! Com isso, já podemos iniciar os estudos de <b>engenharia genética</b>; na tentativa de
atingir alguns alvos moleculares específicos para conter a reprodução da
espécie em áreas de invasão! A ideia é a mesma desenvolvida para o mosquito da
dengue transgênico. Antes de qualquer tecnologia ser utilizada no ambiente, no
entanto, <b>extensivos testes em
laboratório</b> serão realizados para <b>garantir
a segurança</b> da tecnologia. Esse trabalho leva meses e anos para acontecer,
mas <b>você vai ouvir sobre todas as etapas
</b>que estiverem acontecendo: vamos manter você informado!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: red;"><b>A finalização da primeira etapa
desse projeto – o sequenciamento completo do genoma do mexilhão dourado <i>L. fortunei</i> – é uma grande vitória que
precisa ser comemorada: e vocês, crowd do Catarse, fazem parte disso!! MUITO
OBRIGADA!<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu, Marcela Uliano da Silva, fui
a bioinformata responsável por organizar os pequenos fragmentos de DNA até a
ordem correta correspondente ao genoma do mexilhão dourado. Já escrevi um pouco
sobre como isso é feito <a href="http://improvisocientifico.blogspot.com.br/2014/01/com-quantas-letras-actg-se-escreve-um.html">aqui</a>. Esse trabalho, que foi feito sob orientação do
Prof. Dr. Mauro Rebelo e co-orientação do Prof. Francisco Prosdocimi, <b>foi
objeto da minha tese de doutorado</b>, defendida no dia 22 de fevereiro de 2017! E
por isso também preciso agradecer ao patrocínio de todos vocês: não só estamos
trabalhando para livrar a Amazônia da ameaça do mexilhão dourado, mas também
esse trabalho me garantiu o título de doutora! GRATIDÃO! MUITO OBRIGADA MAIS
UMA VEZ!<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Nesse momento, estou terminando
de escrever o manuscrito científico - contendo a sequência do genoma nuclear do
mexilhão dourado - que vai ser liberado para a comunidade científica
internacional, <b>e é nesse manuscrito que
desejo agradecer a vocês, colocando os batismos dos genes que vocês escolherem! </b></span><br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-family: inherit;">Nessa primeira foto vocês podem ver o Prof. Chico Prosdocimi, eu e o Prof. Mauro Rebelo em 2013, quando defendi meu mestrado e, quando decidimos sequenciar e montar o genoma completo do mexilhão dourado! - Foto no Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: xx-small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgTtNeqtnng71FW6HrxpBCrcaTReDaJKKtvY17BFGk0ys1Dw3_9_cL4HtAQpKEfl0gu5J2r-Eqfe_ReDWFUpITDYc7ztQ0k0I0hcoDtLJszb7uMljA5EUYFPcvYa4b9UFDWJwp1vCEjxs/s1600/defesa+mestrado+018.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="311" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgTtNeqtnng71FW6HrxpBCrcaTReDaJKKtvY17BFGk0ys1Dw3_9_cL4HtAQpKEfl0gu5J2r-Eqfe_ReDWFUpITDYc7ztQ0k0I0hcoDtLJszb7uMljA5EUYFPcvYa4b9UFDWJwp1vCEjxs/s400/defesa+mestrado+018.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
4 anos depois.... Olha a gente de novo!! =) Deva vez na defesa do doutorado! </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
O genoma do mexilhão dourado está pronto! E agora iremos batizar as proteínas </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
com os nomes que vocês, colaboradores do nosso projeto no Catarse, </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
escolherem para elas!! <span style="text-align: justify;">- Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ. </span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvGcHxQoNfvJUf4pBBH7oZqkhpKSnPAr-W8oP3s-0WAo-M1lXnMkRYOQJskFueLibfthnFXDflz4VsuFYGcmpbbEHncPb2enZ1kxjfJgNZY9cyMpdxh5IxvaTPoh7yKF7FbCRbL88S1Q0/s1600/IMG_0628.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="257" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvGcHxQoNfvJUf4pBBH7oZqkhpKSnPAr-W8oP3s-0WAo-M1lXnMkRYOQJskFueLibfthnFXDflz4VsuFYGcmpbbEHncPb2enZ1kxjfJgNZY9cyMpdxh5IxvaTPoh7yKF7FbCRbL88S1Q0/s400/IMG_0628.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>O esquema é o seguinte: TODOS OS COLABORADORES LISTADOS ABAIXO DEVEM ENVIAR OS SEUS BATISMOS PARA O E-MAIL: marcela.uliano@gmail.com</b><br />
<b><br /></b>
Você pode escolher qualquer nome! Se tiver dúvida, <a href="http://improvisocientifico.blogspot.com.br/2016/07/genoma-do-mexilhao-dourado-ciencia-e.html">dá uma olha aqui </a>e veja o nome que algumas pessoas já escolheram para batizar os genes no genoma mitocondrial do mexilhão dourado!<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Os doadores que tiverem direito a uma ou mais ilustrações irão receber
um e-mail meu com a ilustração personalizada! Mas <b>todos os batismos</b> estarão
registrados nos agradecimentos do manuscrito científico, e cada um de vocês vai
receber uma cópia desse manuscrito assim que ele estiver publicado!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Muito obrigada mais uma vez! E logo estaremos nos falando de novo! Você
está fazendo a ciência brasileira caminhar: SINTA-SE ORGULHOSO!<b><o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo_dTtqg1_ZaOw6ZtTF13ktmn6jlbwxdc8-Gi3_t5DfJ0u6bZvfgA0IkREZ2deHaiCSFrCejDdt9F55ZFNKxoeOI7ZiNWRYLy4Ruf-DqLupWPRfeHfI9XtjLb0FRzXkK5j7m-2Czi1iOE/s1600/marcelinha_celebrando.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="196" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo_dTtqg1_ZaOw6ZtTF13ktmn6jlbwxdc8-Gi3_t5DfJ0u6bZvfgA0IkREZ2deHaiCSFrCejDdt9F55ZFNKxoeOI7ZiNWRYLy4Ruf-DqLupWPRfeHfI9XtjLb0FRzXkK5j7m-2Czi1iOE/s400/marcelinha_celebrando.jpeg" width="400" /></a></div>
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Atenção, abaixo está a lista de todos os nossos colaboradores não-anônimos, e a recompensa à qual cada um tem direito! <b>Vamos batizar os genes e proteínas até terça que vem, dia 28 de março?? </b>Espero o e-mail de vocês!!!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /><br /><div class="MsoNormal">
<b>1-) BATIZAR UMA PROTEÍNA:</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Rafael Tuma Guariento<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Karina Silveira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Daniel Andrade Moreira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- FFeitosa<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Camila Mauro Borges<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Julia Back Comandolli<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Ingrid Etges Zandomeneco<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Lucas Rech de Oliveira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Juliana Klein Zucco<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Vinicius Fernandes dos Santos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Uilian Americo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Helder da Rocha<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Heitor Dias Murbach<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Rodrigo Ligabue Braun<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Juliana Casagrande Fernandes<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Maysa Ito<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Caio Wagner Pereira Ferreira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Cássio Batista Marcon<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Marcelo Pinheiro<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Jessica de Aguiar França<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Daniele Botaro<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- William Jefferson Fontana da Costa<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Guilherme Machado Nunes<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Samuel Wanberg Lourenço Nery<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Rafael Oliveira Lopes<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Débora Andrade de Lima<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Renata Minerbo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Vinicius Bassaneze<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Terravixta Studio<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Juliano Bortolozzo Solanho<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Mariano Rodrigues Aloi<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Guilherme de Andrade Palma<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Aurélio Carlos Marques de Moura<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Danilo Neves da Silva<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Vinícius de Medeiros Alves<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Marco Aurélio Ramos Möller<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Igor Drumond<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Eduardo Kawamoto Amaraes<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Pedro Hutsch Balboni<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Marcelo Vargas dos Santos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Rodrigo Zanatta<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Júlia Andressa Kist<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Caroline Antonelli Santesso<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Andrea Raymundo Balle<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Julia Freitas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Rafael Chaves<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Ricardo de Souza dos Reis<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Bruno Bottino Ferreira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Sabrina Alves<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Adriana de Lima Barbosa<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Tiago Fassoni Alves dos Alencar Leite<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Marianne Kreusch<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Rafael dos Santos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Lucas Junior Teodoro<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Patricia Dupre Moreira Ferraz<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Ana Carolina Pizzochero da Costa<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Jaqueline Dupre Moreira Ferraz<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Ayla Sant'Ana da Silva<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Felipe Caruso<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Larissa Mattos Feijó<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Cássia Rodrigues da Silveira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Juliano de Miranda<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Leticia Aparecida Z Costa<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Davi Perin Adorna<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- André Gomes Julião<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Luiz Sauerbronn<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Iensen Nícolas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Gustavo Gottschald de Freitas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- João Gabriel Doria<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Guilherme Lopasso Tosi<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Cecilia Fonseca Poggian<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Aline Marcele Ghilardi<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Mayra Silva Soares<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Tatiana Alves Americo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Tulio Baars Meira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Luiz Felipe Santana dos Santos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Humberto Pereira Figueira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Gabriela Benedet Ramos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Lucas Machado Cosendey Brouck<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Marcos Chehab Maleson<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Diogo Neves da Costa<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Mariana Magalhaes Ferreira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Marcelo Pinheiro<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Jackson Reis Ferreira da Silva<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Laura Santini Daros<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Francis Graeff de Oliveira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Gabriel Moherdaui Vespucci<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Robson Ribeiro Sebastião<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Valeria Kneipp Sena<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Luciano Caletti<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
- Vivian Kahl </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>2-) BATIZAR UM GENE ÓRFÃO + ILUSTRAÇÃO</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" style="border-collapse: collapse; width: 70px;"><colgroup><col style="mso-width-alt: 2560; mso-width-source: userset; width: 53pt;" width="70"></col></colgroup><tbody>
<tr height="17" style="height: 12.75pt;"><td height="17" style="height: 12.75pt; width: 53pt;" width="70"><br /></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
Rodolfo Henrique de Saboia<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Marcos Martins Tinoco<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Andre E O P Lico<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Aristides de Almeida Neto<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
André Campos Rodovalho<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Leandro Léo Rebelo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Otavio de Andrade Cardoso<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Juan Pedro Alves Lopes<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Matheus Hobold Sovernigo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
gustavo monnerat <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Luiz Fonseca<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US">Fabio Hecht<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US">Jean Remy
Davee Guimaraes<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
Ricardo Entz<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Thiago de Castro Fialho<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Thum Thompson<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Thiago Estevam Parente<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Orlando Hill<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
André Henares Campos Silva<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Carolina Lage Goulart<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Richard Hemmi Valente<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Wendy Sauerbronn de Campos Valente<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Samuel Gales Guimarães<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Érico Gaiger Marshall<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
ana paula b. moreira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eduardo Lam<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eduardo Sampaio<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Janaína Barcelos Resende<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Felipe Antunes do Nascimento e Silva<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
FLÁVIA RACHEL MOREIRA LAMARÃO<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Kleber Lira de Carvalho<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Alexandre de Mesquita Hartke<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Lucas André de Abreu<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Josafa Diniz Araujo Filho<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Fabiano Marques<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
André Luiz Vasconcellos de Araújo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Victor Hugo Barboza<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Elis Amaral Rosa<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Gabriela Pacheco Corrêa<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Márcio Pires Antonio<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Diego Borin Reeberg<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Alessandra Lehmen<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Yanna Christina Koloniaris Barbosa<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mariana Martinhago Aguiar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Diego Remus<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Milena Marcela Domingues Pereira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Francisco Prosdocimi<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Frederico Queiroga do Amaral<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Marcos César Schettini Soares<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Julia Lima<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Marcio Mazza<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Aluisio Lucio da Rocha<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Daniele Diniz Warken<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Rosane Barbosa de Oliveira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Patricia Sanae Sujii<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Karina Silveira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Jackson Reis Ferreira da Silva<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Rafael Shoiti Ozaki<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Rafael Mesquita Lacerda Madureira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sabrina da Silva Santos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Magno Botelho Castelo Branco<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Karina Silveira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Diego Borin Reeberg<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Rodrigo de Oliveira Martins<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tiago Oliboni Rinaldi<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Roberto Heidi Utima<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Andrea Fiat Coutinho<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Manoela Gomes Baptista<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
MARCOS KIMURA<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Marcio Rodrigues Miranda<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mariana Souza da Silveira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ricardo Alchini<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
André Rodrigues da Silva<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
eliane de souza figueiredo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Kelly Ribas Lobato<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Anne Caroline Reis Leite<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Gabriela Decker
Sardinha<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Marcus Marcello Porto Leopoldino <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Leonardo Eloi<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eduardo Elael<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Rodrigo Augusto da Silva<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Rafael de Freitas Sampaio<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
guacyra do carmo pereira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Henrique Bittancourt Gouveia<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Glauber Dutra Ramos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Denis Deratani Maua<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Vitor Rocha Schietti Cruz<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Rafael Mariante Meyer<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Emilio Lanna<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Olavo Bohrer Amaral<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Débora Lanznaster<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
MARIANA WAGNER DA ROCHA</div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Raquel Stoltz Back<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Radical Livre<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Fernando Ariel Genta<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Fabricio Docema de Oliveira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Luiza Amalia do Livramento Meireles<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
ADRIANO MONTEIRO DE CASTRO<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>3-) BATIZAR UMA ENZIMA CATALÍTICA + ILISTRAÇÃO</b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
João Batista de Mello<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Marcelo Simões Rezende<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Emanuel Barbosa de Castro e Moura<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Luiz Fernando Nicolai Weinmann<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Leila Costa Vecchio<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Gracielle Vendruscolo Braga<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
THIAGO CRUZ NEGREIROS<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Rafael Trevisan<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Daniel Adesse Pedra Martins<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Rafael Dourado<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Daniela Stramandinoli Matheus Peres<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Francisney Pinto do Nascimento<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Caio Bustani Andrade<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Diego Pinheiro Sergio<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Marília Lima Lodetti<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
PEDRO CAMILO MAISTRO<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
David Majerowicz<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Mauricio Homem de Mello<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Fernando Denardi Cibulski<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Márcia Miyuki Hoshina<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Jonatha Chrys Ballet das Neves<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
André Luiz Alves de Sá<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Henrique Cesar Lemos Jucá<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eleonora Kurtenbach<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Heloísa Anachoreta Molleri<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Sergio Luis Silva Silvestre<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tiago Cruz Alexandre<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Renato Pinheiro Freme Lopes Lucindo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Giovana Girardi<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Anna Beatriz Robottom Ferreira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Anna Lucia Ferreira Schubert<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Christian Robottom Reis<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Gustavo Seichi Inouye Shintate<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Claudia Augusta de Moraes Russo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Cynthia Chester Cardoso<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Debora Theodoro Amancio da Silav<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Flávia A. Ventura<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Jeamylle Nilin<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Bianca Lucchesi Targhetta<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Silvio Kozasa<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Rogerio magalhaes pastore<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Julia Crespo Viegas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Gabriel Correa Pereira<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Carlos Eduardo Lessa Pissuto<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Daniela Stramandinoli Matheus Peres<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Daniela Stramandinoli Matheus Peres<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Thiago Augusto Pimenta Viana<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Diego Perin Adorna<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Maria Gonzalez Rey<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
PAULO BANDEIRA <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Marcos Eugênio Maes<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Marcela Bergo Davanso<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
IGOR RECHETNICOW<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
Diogo Biazus<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>4-) BATIZAR UMA VIA METABÓLICA + ILUSTRAÇÃO</b>. Vocês podem escolher o nome da Via Metabólica completa e mais uns 10 nomes de enzimas específicas!! (OBS: vocês já podem ir pensando os nomes, mas esperem o meu e-mail com a especificação da via metabólica selecionada para cada um!!)</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Adalberto R. Vieyra<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
TOMIO MAKIHARA<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Alexandre Fernandes e Souza<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Felipe Guimarães Marques<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ricardo Antônio Rubens Prado Schneider<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Emanuel Barbosa de Castro e Moura<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Turini Alberto<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Marzia Terrizzano / IKZUS RICERCHE MARE E AMBIENTE<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Red Bull Amaphiko<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
Gustavo do Amaral Martins<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
</div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-56883056856466843232016-07-24T19:38:00.000-07:002016-07-24T20:13:17.514-07:00Genoma do mexilhão dourado: ciência e primeiras recompensas!<br />
Não há nada mais importante para dizer nesse post do que MUITO OBRIGADA!<br />
<br />
Hoje venho aqui escrever sobre os primeiros resultados científicos de uma encantadora longa jornada; a jornada para sequenciar o genoma do mexilhão dourado!!<br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;"><a href="http://improvisocientifico.blogspot.com.br/2015/09/finalmente-e-hora-de-homenagear-os.html">Nesse post aqui</a>, de alguns meses atrás, comentei que o genoma mitocondrial do mexilhão dourado estava pronto e que iríamos homenagear os primeiros 37 colaboradores com o batismo dos genes!</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">(Não sabe o que é um genoma mitocondrial? <a href="http://improvisocientifico.blogspot.com.br/2015/09/finalmente-e-hora-de-homenagear-os.html">Clique aqui!</a>)</span><br />
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Pois bem, nós enviamos um e-mail a cada uma das 37 pessoas, e batizamos os genes com os nomes que elas escolheram! O nome dos homenageados está gravado para sempre na história da ciência do estudo dessa espécie: incluímos os batismos nos Agradecimentos do artigo científico que foi publicado!</span><br />
<br />
O artigo <a href="http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26639990">está aqui! </a>Infelizmente ele é pago. Mas tentem baixar sem custos através <a href="https://www.researchgate.net/publication/284929840_The_complete_mitochondrial_genome_of_the_golden_mussel_Limnoperna_fortunei_and_comparative_mitogenomics_of_Mytilidae">deste link aqui!</a> Se não, nós podemos enviar uma cópia para qualquer pessoa que estiver interessada em lê-lo! É só escrever um e-mail pra gente!<br />
<br />
Vale à pena comentar o quanto foi emocionante trocar e-mails com os nossos colaboradores! Muitos deles escolheram homenagear alguém ou algo que lhes era caro!<br />
Houve homenagens:<br />
<br />
<span style="font-family: inherit;">1-) à família, ND5 <span style="background-color: white; color: #222222;">Macaubasimões</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: inherit;">2) à outros cientistas brasileiros: CYTB Santos Dumont,</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="color: #222222;"><span style="background-color: white;">3-) ao samba brasileiro: tRNA (Asn) s</span></span><span style="background-color: white; color: #444444; line-height: 18.2px; text-align: justify;">amba-aspartato </span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #444444; line-height: 18.2px; text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; color: #444444; line-height: 18.2px; text-align: justify;">4-) à cachorrinha de estimação: tRNA (Asp) </span><span style="background-color: white; color: #222222;">Ai Luana</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; color: #222222;">5-) à neta recém-nascida: ND6 </span><span style="background-color: white; color: #222222;">ELISPEdM ! <i>O Luiz deseja que a neta se interesse pela ciência quando crescer! </i>Lindo batismo!!</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; color: #222222;">6-) ao personagem do </span><span style="background-color: white; color: #222222;">Jules Verne em 20000 Léguas Submarinas: tRNA (Arg) Nemo</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<span style="font-family: inherit;"><span style="background-color: white; color: #222222;">7-) aos nossos povos nativos: tRNA (Ser 2) </span><span style="color: #222222; line-height: 18.2px; text-align: justify;">Pirepanaçara<b> </b><b style="font-style: italic;"> </b>- </span><span style="background-color: white; color: #222222; line-height: 18.2px; text-align: justify;">que do Dicionário Nheengatu Tupi significando: </span><i style="color: #222222; line-height: 18.2px; text-align: justify;">Aquele que faz trocas <span class="il">de</span> mercadorias ou objetos.</i></span><br />
<span style="font-family: inherit;"><i style="color: #222222; line-height: 18.2px; text-align: justify;"><br /></i></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="line-height: 18.2px;">8-) à divulgação científica brasileira: tRNA (Leu2) ScienceBlogsBR</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="line-height: 18.2px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222;"><span style="line-height: 18.2px;"><br /></span></span></div>
<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: inherit;"> E tantas outras homenagens maravilhosas!</span></span><br />
<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZg6vcBwXXd8f7iH6lXEqb9784macGpGx5yFPzwpE5HvWLBA4fek0ZnJaxwgyr4m5FeQ2z_bulriLhh5mFbIWEVwYfblqeB4f52738FVLk4KhyiNo_fkWWp5q-IPuKnc1LZVxqBtz6YUw/s1600/agra2.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="450" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZg6vcBwXXd8f7iH6lXEqb9784macGpGx5yFPzwpE5HvWLBA4fek0ZnJaxwgyr4m5FeQ2z_bulriLhh5mFbIWEVwYfblqeB4f52738FVLk4KhyiNo_fkWWp5q-IPuKnc1LZVxqBtz6YUw/s640/agra2.png" width="640" /></a></div>
<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: inherit;">Confira abaixo todas as homenagens na seção de Agradecimentos do nosso artigo!</span></span><br />
<div>
<span style="background-color: white; color: #222222;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span></div>
<span style="color: #222222; font-family: inherit;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvVxytumjFYz2fq806PiUXmxwjhJWg78XMn4ZPgMMb36fK9xtJbkFcc2xOVa3R9Kiwx2IU1q10hxfZ8yR0xbq23Dw1YBQk7tA3f_2hGAH38ePVRy962xiPwXkVDAjmSkjgoPsHi59sudg/s1600/agradecimentos.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="328" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvVxytumjFYz2fq806PiUXmxwjhJWg78XMn4ZPgMMb36fK9xtJbkFcc2xOVa3R9Kiwx2IU1q10hxfZ8yR0xbq23Dw1YBQk7tA3f_2hGAH38ePVRy962xiPwXkVDAjmSkjgoPsHi59sudg/s640/agradecimentos.png" width="640" /></a></div>
<span style="color: #222222; font-family: inherit;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: inherit;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">À todos vocês, que tem nos ajudado a desenvolver esse trabalho, o nosso MUITO OBRIGADA!</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: inherit;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: inherit;"><span style="background-color: white;">Os colaboradores que doaram mais do que R$100,00 vão levar ainda uma ilustração personalizada, como essa feita para homenagear a neta do João!!</span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: inherit;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrXsoHBaheB1HtacUgHvaPTzdHzEO6MNW_SaQxv5w1VvNkH4VPxvppLoMNn4HqvFcuTtsHlQ1h0ObC_CohkTycN8jxMXWhKPJE8HBitbThzfUwjAmWOgDfnZ_5txWa6KzDrjGZPF_fVtA/s1600/ND6_ELISPEdM_2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="281" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrXsoHBaheB1HtacUgHvaPTzdHzEO6MNW_SaQxv5w1VvNkH4VPxvppLoMNn4HqvFcuTtsHlQ1h0ObC_CohkTycN8jxMXWhKPJE8HBitbThzfUwjAmWOgDfnZ_5txWa6KzDrjGZPF_fVtA/s400/ND6_ELISPEdM_2.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="color: #222222; font-family: inherit;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: inherit;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: inherit;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span>
<br />
<div>
<br /></div>
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;"><br /></span></span>
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: large;"><span style="background-color: white;"><u><b>GENOMA DO MEXILHÃO DOURADO: O QUE ACONTECE AGORA?</b></u></span></span><br />
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;"><br /></span></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;"><b>O primeiro consenso do genoma nuclear do mexilhão dourado, que possui 1,6 bilhão de letrinhas A, C, T, G já está pronto!</b> Nesse momento, estamos vasculhando esse consenso à procura dos genes, os blocos codificadores da vida! <b>Entender o código e o funcionamento desses genes vai nos permitir compreender melhor porque o mexilhão dourado é uma praga tão violenta! É nesse consenso também que procuraremos os alvos, que podem ser genes ou regiões não-codificantes, para testar ferramentas biotecnológicas de controle! </b></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;">Assim que a exploração pelos genes estiver completa, o que deve acontecer nos próximos meses, você vai ouvir falar de nós! Eu, Marcela, vou vir aqui contar para vocês o que nós achamos e entendemos sobre a biologia molecular do mexilhão, e batizaremos os tantos genes nucleares necessários para homenagearmos todos os nosso colaboradores!</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;">O que eu posso dizer até agora para vocês é que o quebra-cabeça do genoma do mexilhão dourado foi muito complexo de montar! A mesma complexidade foi encontrada no genoma de outras espécies de bivalves que são parentes do mexilhão, como a ostra da pérola, e essa dificuldade exige que os cientistas que trabalham com essas espécies usem uma vasta gama de ferramentes e de técnicas de sequenciamento para conseguirem completar a montagem do consenso do genoma! E foi exatamente esse o caminho que eu percorri durante esses 3 anos de doutorado! </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;">Estamos muito orgulhosos desses trabalho tão desafiador e tão importante para a ciência brasileira! Não somente estamos entendendo melhor mais um genoma animal, que nos permite estudar os mecanismos moleculares da vida, como também estamos construindo o mapa que vai nos guiar no caminho contra a infestação do mexilhão dourado!!</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;">Continuamos trabalhando... </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;">Amanhã é segunda feira! Amanhá é dia de mexilhão, e eu estou feliz.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;">Obrigada!</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj0A_6eU4U1kFNtIhx1KhwctA0zmRI9ZWoPVZ4jopw_geiLMo0FxUkWWAa_syugIdRU4pJ76SrUaXpfOgMmybMzYkOatDk65TTCRqSzYY6lLV7xJ3IGOj38UAqt9D5sw6cGgzK6fLv5_k/s1600/marcela.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="237" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjj0A_6eU4U1kFNtIhx1KhwctA0zmRI9ZWoPVZ4jopw_geiLMo0FxUkWWAa_syugIdRU4pJ76SrUaXpfOgMmybMzYkOatDk65TTCRqSzYY6lLV7xJ3IGOj38UAqt9D5sw6cGgzK6fLv5_k/s320/marcela.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;"> Trabalhando no genoma do mexilhão dourado durante o doutorado sanduíche em </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;"> Berlim no <i>Berlin Center for Genomics in Biodiversity Research</i> (BeGenDiv)</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12.8px;"><br /></span></span></div>
<span style="background-color: white; color: #444444; font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.8px; line-height: 18.2px; text-align: justify;"><br /></span>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-5823454359241621332016-06-24T07:27:00.001-07:002017-01-29T17:14:36.207-08:00Breve comentário sobre as ações humanas<div dir="ltr" id="docs-internal-guid-11fb2187-82c2-61eb-f9dc-9deb634918a3" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Isso aqui é apenas uma nota de desabafo. Faz tempo que não escrevo ou apareço por aqui, e isso me pesa. Mas é momento de concentração para terminar o doutorado. </span></div>
<div dir="ltr" id="docs-internal-guid-11fb2187-82c2-61eb-f9dc-9deb634918a3" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">No entanto, no caminho hoje de manhã para a UFRJ li uma passagem de </span><span style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: italic; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Ensaios Céticos</span><span style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"> de Bertrand Russell e tive o sobressalto e a vontade de vir compartilhar. Essa passagem não é somente a perspectiva de um homem cético sobre a cegueira humana no momento em que ele vivia. É também um relato histórico do século XX. E lido agora no século XXI, é impossível não sentir um aperto no peito. A histórica se repete? Coloco aqui o ponto de interrogação na esperança da dúvida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><span id="docs-internal-guid-11fb2187-82c2-aa36-1e69-0e1e24a2a2e9" style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 15.333333333333332px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Como cientista em formação e comunicadora, fico a pensar se nós - cientistas, comunicadores e historiadores - falhamos ao comunicar. Seriam as guinadas à </span></span><span style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 15.3333px;">intolerância da humanindade nesse momento decorrentes da ignorância científica e histórica? Ou não; a cruel e indigesta realidade seria o fato de que por mais que sejamos a população humana mais educada de todas as eras humanas, nossa paixão por crenças irracionais fala mais alto.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 15.3333px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div dir="ltr" id="docs-internal-guid-11fb2187-82c2-ce9c-b7b1-be4888d05783" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 15.333333333333332px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">O século XX foi marcado por preconceito e totalitarismo, inclusive na ciência. A <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Eugenia">eugenia</a> </span><span style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 15.333333333333332px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">foi estudada e defendida por cientistas europeus recorrentemente nesse século. No século XXI, no entanto, ficamos menos ignorantes perante a nossa própria biologia; uma das maiores conquistas deste século foi o sequenciamento do genoma humano e a constatação definitiva de que não existem raças humanas: somos todos humanos com as mesmas potencialidades.</span></div>
<div dir="ltr" id="docs-internal-guid-11fb2187-82c2-ce9c-b7b1-be4888d05783" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/8LaplrgrDgo/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/8LaplrgrDgo?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div dir="ltr" id="docs-internal-guid-11fb2187-82c2-ce9c-b7b1-be4888d05783" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div dir="ltr" id="docs-internal-guid-11fb2187-82c4-e535-4488-e5e3540b20c3" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 15.333333333333332px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Nesse cenário, como é que ainda há espaço para Bolsonaros e Donald Trumps? </span></div>
<div dir="ltr" id="docs-internal-guid-11fb2187-82c4-e535-4488-e5e3540b20c3" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 15.333333333333332px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Quando acertar suas contas com a história, o século XXI não poderá atribuir a sua intolerância à ignorância.</span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" id="docs-internal-guid-11fb2187-82c5-1f93-12eb-596e90cbd5a1" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 15.333333333333332px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">A história se repete. (?) Vamos ler Russell.</span></div>
<br />
<span style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 15.333333333333332px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Bretrand Russell, filósofo e matemático pacifista, escreveu essa passagem no período entre guerras no século XX (entre a Primeira e a Segunda Guerra mundial). Mal sabia ele o que estava por vir mas décadas que se seguiram. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div dir="ltr" id="docs-internal-guid-11fb2187-82c5-5f17-0cbc-9fc48ae54ed1" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: blue;"><b><i><span style="background-color: white; font-family: "times new roman"; font-size: 15.3333px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">“<i>O quanto podem ou devem as ações humanas ser irracionais? </i></span></i></b></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: blue;"><b><i><i><span style="background-color: white; font-family: "times new roman"; font-size: 15.3333px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">… Shakespere reuniu “o lunático, o amante e o poeta”, todos com imaginação substancial. O problema é ficar com o amante e o poeta, sem o lunático. Darei um exemplo. Em 1919, vi </span></i></i><span style="background-color: white; font-family: "times new roman"; font-size: 15.3333px; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">As mulheres de Tróia</span><i><span style="background-color: white; font-family: "times new roman"; font-size: 15.3333px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><i> encenada no </i></span></i><span style="background-color: white; font-family: "times new roman"; font-size: 15.3333px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Old Vic</span><i><span style="background-color: white; font-family: "times new roman"; font-size: 15.3333px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><i>. Existe uma cena insuportavelmente patética, na qual Astianax é condenado à morte pelos gregos por medo de que se torne um segundo Heitor. Quase todos choravam no teatro e a platéia achou a crueldade dos g</i>regos, <i>na peça, difícil de acreditar. No entanto, essas mesmas pessoas que choravam estavam, naquele momento, praticando a mesma crueldade em uma escala que a imaginação de Eurípides jamais poderia contemplar. Haviam acabado de votar (a maioria delas) em um governo que prolongava o bloqueio à Alemanha após o armistício e impunha o bloqueio à Rússia. Sabia-se que esses bloqueios causariam a morte de um grande número de crianças, mas desejavam diminuir a população dos países inimigos: as crianças, como Astianax, poderiam crescer e imitar seus pais. O poeta Eurípides despertara o amante na imaginação da platéia; mas o amante e o poeta foram esquecidos na porta do teatro, e o lunático (na forma de maníaco homicida) controlava as ações políticas desses homens e mulheres que se acreditavam bons e virtuosos. É possível preservar o amante e o poeta sem conservar o lunático? Em cada um de nós, os três existem em graus variados. Estariam eles tão ligados que quando um fosse mantido sob controle os outros pereceriam? Não acredito nisso. Creio que em cada um de nós existe uma certa energia que deve encontrar expressão em ações não inspiradas pela razão, mas que pode exprimir-se na arte, no amor apaixonado, ou no ódio apaixonado, de acordo com as circunstâncias. A respeitabilidade, a regularidade e a rotina – as disciplinas de ferro fundido na sociedade industrial moderna – atrofiaram o impulso artístico e aprisionaram o amor de tal forma que ele não pode mais ser generoso, livre e criativo, mas sim sufocante e furtivo. O controle foi aplicado a questões que deveriam ser livres, enquanto a inveja, a crueldade e o ódio disseminaram-se amplamente com a bênção de quase todos os bispos. Nosso sistema instintivo consiste de duas partes – a que tende a impulsionar nossa vida e a de nossa descendência, e aquela propensa a se opor às vidas de nossos supostos rivais. A primeira inclui a alegria de viver, o amor, </i></span><i><span style="background-color: white; font-family: "times new roman"; font-size: 15.3333px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><i>e a arte, que são, do ponto de vista psicológico, uma derivação do amor. A segunda inclui competição, patriotismo e guerra. A moralidade convencional faz tudo para suprimir a primeira e encorajar a segunda. A verdadeira moralidade procederia exatamente ao contrário. Nossas relações com aqueles que amamos podem ser entregues, com segurança, ao instinto; e nossa relação com aqueles que odiamos deve ser posta sob o domínio da razão. No mundo moderno, aqueles a quem efetivamente odiamos são grupos distantes, em especial nações estrangeiras. Nós os concebemos de forma abstrata e nos enganamos ao cre</i>r que os atos, <i>que são na verdade encarnações do ódio, são praticados por amor à justiça ou por algum motivo nobre. Apenas uma grande dose de ceticismo pode rasgar os véus que escondem de nós essa verdade. Tendo alcançado isso, podemos começar a construir uma nova moralidade, que não esteja baseada na inveja e na restrição, mas no desejo de uma vida completa, e a perceber que outros seres humanos são uma ajuda e não um impedimento, depois que a loucura da inveja for curada. Isso não é uma esperança utópica; foi em parte realizada na Inglaterra elisabetana. Poderia ser alcançada amanhã, se os homens aprendessem a perseguir sua própria felicidade e não o infortúnio dos outros. Isso não é uma moralidade austera impossível; no entanto, sua adoção faria da terra um paraíso.” </i></span></i></i></b></span></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<b><i><span style="color: blue;"><span style="background-color: white; font-family: "times new roman"; font-size: 15.3333px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"> <i>Ensaios Céticos</i> - </span></span><span style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 15.333333333333332px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><span id="docs-internal-guid-11fb2187-82c6-a16e-49cd-c7b4d972a67f" style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 15.333333333333332px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><span style="color: blue;">Bertrand Russell</span> </span> </span></i></b></div>
<br />
<div dir="ltr" style="line-height: 1.38; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 14.666666666666666px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"><span id="docs-internal-guid-11fb2187-82c2-aa36-1e69-0e1e24a2a2e9" style="background-color: white; color: #252525; font-family: "times new roman"; font-size: 15.333333333333332px; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; text-decoration: none; vertical-align: baseline;"> </span> </span></div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-20467984477068972022015-09-15T07:43:00.001-07:002015-09-17T05:15:00.590-07:00Finalmente é hora de homenagear os primeiros genes do mexilhão dourado! Crowdfunding rocks!<span style="text-align: justify;"><br /></span>
<span style="text-align: justify;">É com imensa satisfação que anunciamos o sequenciamento e anotação completo do genoma <b>mitocondrial </b>do mexilhão dourado!<i> And</i> <i>guess what</i>? Esse genoma codifica 37 genes, e por isso, nossos primeiros colaboradores vão poder batizá-los!! </span><br />
<span style="text-align: justify;"><br /></span>
<span style="text-align: justify;">Se você não sabe do que estou falando, dê uma olhada <a href="http://improvisocientifico.blogspot.de/2013/04/qualquer-semelhanca-nao-e-mera.html">neste post aqui</a>, e <a href="https://www.youtube.com/watch?v=YWRG6LEeClY">nesse vídeo</a>!</span><br />
<span style="text-align: justify;"><br /></span>
<span style="text-align: justify;">Imagino que você já tenha ouvido falar sobre a mitocôndria, né? Esta é uma organela celular muito importante! A mitocôndria é responsável por codificar proteínas e subunidades ribossomais envolvidas na produção de energia da célula! <b><span style="font-size: large;">A mitocôndria é a única organela celular animal que possui seu próprio genoma!</span></b></span><br />
<span style="text-align: justify;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Hein?<br />
<br />
...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vou explicar!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cada célula do nosso corpo possui uma cópia completa do <i>genoma nuclear</i> dentro do seu... núcleo! Dã! Genoma nuclear dentro do núcleo... faz sentido, né? E é por isso que todas as células, todinhas, num estágio inicial do desenvolvimento, têm o potencial de se transformar em célula de qualquer um dos tecidos do nosso corpo: cérebro, fígado, coração... Porque toda célula tem uma cópia completa do genoma nuclear dentro do seu núcleo!!! O que transforma uma célula em cada coisa específica, são os diversos sinais extra e intracelulares emitidos durante o desenvolvimento embrionário... (E é por isso que tem tanta gente interessada em estudar as células tronco! Essa galera quer entender exatamente quais são esses sinas celulares que fazem do fígado um fígado! E querem poder gerar qualquer tecido do corpo de uma pessoa novamente a partir das suas células tronco. Continuando com o exemplo do fígado: se você beber demais e precisar de um fígado novo, poderá ter um transplante de um fígado gerado a partir das suas próprias células tronco, e aí vai evitar muita dor de cabeça ao não precisar de imunossupressores!).<br />
<br />
<i>Cool!</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o papo hoje não é genoma nuclear! No genoma nuclear do mexilhão dourado ainda estamos trabalhando! São em média 1 bilhão de letrinhas ACTG para colocar em ordem! A ordem final do genoma nuclear, junto com os últimos batismos de genes, serão conhecidos até o início de 2017!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><b>O genoma mitocondrial de qualquer animal é sempre muito menor do que o genoma nuclear!</b> </span>No caso do mexilhão dourado, são 18145 (dezoito mil cento e...) letrinhas ACTG em sequência codificando 35 genes, e também duas subunidades ribossomais! <b>O manuscrito onde descrevemos o genoma mitocondrial do mexilhão dourado está pronto para submissão à uma revista científica internacional!</b> O que acontece agora é a <b><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Revis%C3%A3o_por_pares">revisão pelos pares</a></b>: outros cientistas da área vão ler nosso manuscrito e confirmar se todas as análises foram feitas adequadamente, e se nossos resultados seguem os padrões científicos. Com o OK final dos pares, a revista torna o trabalho público!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: large;">E é nesse manuscrito que queremos inserir os batismos de cada gene!!!</span></b> Nosso <i>acknowledgments</i>, ao final do manuscrito, vai referenciar cada colaborador, e o nome que ele escolheu para o seu gene! A partir daí, todo cientista que se interessar pelo genoma mitocondrial do mexilhão dourado vai ler esse manuscrito e encontrar os batismos!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Emocionante!!<br />
<br />
...<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas calma aí! Preciso voltar para a história da mitocôndria!<br />
<b><span style="font-size: large;">Por que a mitocôndria é a única organela que tem um genoma próprio?</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pasmem: há muitas evidências de que a mitocôndria era uma bactéria de vida livre que foi engolfada e não digerida por uma célula animal, estabelecendo uma simbiose! Essa simbiose - relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais organismos vivos de espécies diferentes - foi tão vantajosa que com o passar do tempo a bactéria se tornou uma organela celular! E é por isso que <b>a mitocôndria tem seu próprio genoma e é capaz de se duplicar, transcrever e traduzir sua própria informação genética</b>; porque um dia ela foi uma bactéria independente! Dá uma olhadinha na imagem abaixo, veja se ela não tem uma carona de bactéria, hein?<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheyUGi6KWfxbvvZg4Qs_BfXU2XpCieds6qqst9QuaF8dozaT1i4X2wezfVUlPWmTMRto07IEeUg4UgOiDvmpwev2AtopqmjyVqqz7zeLPj84zocjM3AKXJF3KtjZEjH7nC2wO5SrhdwcU/s1600/mitocondria.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="207" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheyUGi6KWfxbvvZg4Qs_BfXU2XpCieds6qqst9QuaF8dozaT1i4X2wezfVUlPWmTMRto07IEeUg4UgOiDvmpwev2AtopqmjyVqqz7zeLPj84zocjM3AKXJF3KtjZEjH7nC2wO5SrhdwcU/s320/mitocondria.png" width="320" /></a></div>
Figura 1: Ilustração de uma mitocôndria animal! Organela celular que tem seu próprio DNA. Acabamos de sequenciar e montar o genoma completo da mitocôndria do mexilhão dourado, e nossos colaboradores no Catarse vão poder batizar os genes dela! <span style="font-size: x-small;">*creative commons licence</span><br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Uau!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Vai dizer</i> que a biologia não é surreal? Bactérias entrando em células animais e ficando lá para sempre... Bem mais legal do que filme de alien!!<br />
<br />
...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estamos TÃO orgulhosos de batizar os genes da mitocôndria do mexilhão dourado! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A coisa vai funcionar da seguinte forma: abaixo estão os nomes dos colaboradores e o nome oficial do gene que eles devem batizar! Vamos por ordem de doação! Por isso, os primeiros 13 colaboradores que doaram R$ 100 ou mais, vão nomear os genes que codificam as proteínas envolvidas no complexo catalítico formador de ATP e também as duas subunidades ribossomais codificadas pela mitocôndria! Os primeiros 24 colaboradores que doaram até R$50, vão batizar os genes codificadores dos RNAs transportadores!!<br />
<br />
<span style="font-size: large;"><b>Os genes codificados na mitocôndria estão todos envolvidos na produção de energia!</b> </span>A mitocôndria funciona dentro da célula mais ou menos como uma usina hidrelétrica: a força da água, energia mecânica, é convertida em energia elétrica pela hidrelétrica, certo? A mitocôndria transforma a energia que ingerimos como alimento em ATP (no biologuês: adenosina trifosfato), que é a molécula armazenadora de energia em todos os sistemas biológicos! Assim como a gente precisa de energia elétrica para tudo - como exemplo, carregar o celular pra não perdermos nenhuma foto no Instagram! - o organismo também precisa de ATP para manter o metabolismo funcionando!!<br />
<br />
Por isso, quando for batizar o seu gene, <b><span style="font-size: large;">ESCOLHA PRA ELE UM NOME BEM ENERGÉTICO!!</span></b><br />
<br />
Essa é a lista dos colaboradores que doaram até R$50* e vão batizar RNAs transportadores (tRNA):<br />
<br />
1-) Afonso Henrique Coelho Dantas - tRNA (Phe) / leia-se: RNA transportador fenilalanina!<br />
2-) Leandro Léo Rebelo - tRNA (Trp) / tRNA Triptofano<br />
3-) Tatiana Medeiros Barbosa Cabrini - tRNA (Lys)1 / tRNA Lisina 1<br />
4-) Ana Flavia Maestri - tRNA (Tyr) / tRNA Tirosina<br />
5-) Juliana Alves Americo - tRNA (Lys) 2 / tRNA Lisina 2<br />
6-) Vinicius de Toledo Ribas - tRNA (Ala) / tRNA Alanina<br />
7-) Debora Batista Pinheiro Sousa - tRNA (His) / Histidina<br />
8-) Adriana Cabanelas Pires - tRNA (Gly) / tRNA Glicina<br />
9-) Gabriela Pimenta dos Reis - tRNA (Pro) / tRNA Prolina<br />
10-) Ricardo Laurentino dos Santos - tRNA (Cys) / tRNA Cisteína<br />
11-) Mariana Dias Ribeiro - tRNA (Leu) 1 / tRNA Leucina 1<br />
12-) Juliana Manasfi Figueiredo - tRNA (Ile)<br />
13-) Martin Bonamino - tRNA (Ser) 1 / tRNA Serina 1<br />
14-) Wolferson José de Arruda - tRNA (Ser) 2 / tRNA Serina 2<br />
15-) Bruno Sakai Costa - tRNA (Asp) / tRNA Ácido Aspártico<br />
16-) Morgana Rezzadori Camara - tRNA (Glu)<br />
17-) Rafael Bento da Silva Soares - tRNA (Leu) 2 / tRNA Leucina 2<br />
18-) Raquel Moraes Soares - tRNA (Gln) / tRNA Glutamato<br />
19-) Lilian Nogueira - tRNA (Arg) / tRNA Arginina<br />
20-) Evelise Dambros da Luz - tRNA (Val) / tRNA Valina<br />
21-) Abrahão Silva de Souza - tRNA (Thr) / tRNA treonina<br />
22-) Mariana capparelli - tRNA (Asn) / tRNA Aspartato<br />
23-) Clarissa Rossato Nicoloso - tRNA (Met) 1 / tRNA Metionina 1<br />
24-) Rafael Tuma Guariento - tRNA (Met) 2 / tRNA Metionina 2<br />
<br />
* colaboradores que doaram R$50 e até R$100 vão ganhar nomes de genes órfãos! E esses genes estão presentes apenas no genoma nuclear! Então vão precisar esperar mais um pouquinho com o resto do pessoal!<br />
<br />
E a seguir a lista dos colaboradores que doaram mais de R$100 (e menos de R$ 1,000)! Eles vão nomear os genes que codificam os proteínas envolvidas no processo de <a href="https://www.youtube.com/watch?v=8zJjoJgNV-g">respiração celular!</a> Além disso, dois colaboradores vão nomear as sequências de DNA que dão origem a duas subunidades ribossomais! Os <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Ribossoma">ribossomos</a> são importantíssimos na construção de outras proteínas! Todos esses colaboradores vão receber por e-mail também uma ilustração do seu gene personalizada com o nome escolhido!<br />
<br />
25-) João Batista de Mello - ND6 ou NADH desidrogenase 6<br />
26-) Alexandre Rossi Paschoal - CYTB / citocromo B<br />
27-) Lúcia de Moraes - ND4L / NADH desidrogenase, subunidade 4L<br />
28-) Marcelo Simões Rezende - ND5 / NADH desidrogenase, subunidade 5<br />
29-) Emanuel Barbosa de Castro e Moura - COX2 / citocromo c oxidase, subunidade 2<br />
30-) Luiz Fernando Nicolai Weinmann - COX1 / citocromo c oxidase, subunidade 1<br />
31-) Leila Costa Vecchio - COX3 / citocromo c oxidase, subunidade 3<br />
32-) Gracielle Vendruscolo Braga - ND3 / NADH desidrogenase, subunidade 3<br />
33-) Thiago Cruz Negreiros - ND4 / NADH desidrogenase, subunidade 4<br />
34-) Jean Remy Davee Guimaraes - ND2 / NADH desidrogenase, subunidade 2<br />
35-) Rafael Trevisan - ND1 / NADH desidrogenase, subunidade 1<br />
36-) Roberto Lent - s-rRNA / RNA ribossomal, subunidade pequena (small)<br />
37-) Leonardo Mataruna R-rRNA / RNA ribossomal, subunidade grande (large)<br />
<br />
Pedimos aos financiadores citados aqui que batizem seus genes ao longo dessa semana, se possível! Precisamos submeter o manuscrito para a revista científica, que então vai enviar para revisão pelos pares!<br />
<br />
<br />
Crowd, temos muito orgulho de vocês! Nós, pesquisadores do projeto de sequenciamento e montagem do genoma do mexilhão dourado, acreditamos na participação ativa e direta da sociedade em financiar projetos científicos e ideias relevantes!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilvzoKdr0Oapurkc-1G46l8Zj5LjqsEl9QFZczsZzHq2nh-ocNmJdNbTcoD-_5T_IjSeLOcXQfeIFnLH261FFKCKJo_cIqwXNP8cDR883BCtWEMKvYMIGPEt6Gxljd7NJHZwejVjbzETk/s1600/marcelinha_celebrando.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="196" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilvzoKdr0Oapurkc-1G46l8Zj5LjqsEl9QFZczsZzHq2nh-ocNmJdNbTcoD-_5T_IjSeLOcXQfeIFnLH261FFKCKJo_cIqwXNP8cDR883BCtWEMKvYMIGPEt6Gxljd7NJHZwejVjbzETk/s400/marcelinha_celebrando.jpeg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
O processo de revisão do manuscrito científico pelos pares pode levar alguns meses! Por isso, não sejamos ansiosos: assim que o manuscrito estiver publicado enviaremos uma cópia para cada um de vocês!<br />
<br />
Não entendeu alguma parte do processo? Por favor deixe um comentário no blog e nós logo responderemos!<br />
<br />
<br />
Juntos somos mais fortes! Vamos terminar com um trecho escrito pelo John?<br />
<br />
<div style="text-align: left;">
"...You may say I'm a dreamer, but I'm not the only one. I hope someday you will join us. And the world will be as one..."</div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br /></div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-10716408683156077252015-07-31T09:48:00.000-07:002015-08-10T01:01:04.015-07:00A cobra com patas e os "direitos" dos cientistas brasileiros<div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Você já ouviu falar na história de que os pássaros são os dinossauros do nosso tempo? Isso mesmo. Os pássaros parecem ser os parentes mais próximos dos dinossauros que vivem no Planeta Terra nos dias de hoje.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">O máximo, né? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: small;">Uma das evidências mais importantes - estudada pelos paleontólogos para chegar a essa conclusão - é o fóssil <i><a href="http://www.nature.com/news/rival-species-recast-significance-of-first-bird-1.16469">Archaeopteryx</a>; </i>um gênero animal que viveu no período Jurássico, há aproximadamente 150 milhões de anos, pelas bandas do que hoje é o sul da Alemanha. Seu nome em alemão, <b>Urvogel</b>, significa <i>primeiro pássaro.</i> Eram espécies pequenas e com asas largas, o que provavelmente os possibilitava voar. No entanto, eles possuíam mandíbulas com dentes afiados, três dedos com garras, uma longa cauda óssea e penas; características típicas dos dinossauros. Tudo isso você consegue observar no fóssil, e por causa dessas características esse gênero é considerado a transição animal entre dinossauros e aves.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIhbMixhDdRxFZwkgUjcQP-SbkmD0nx_g2aN6KkinY5DNulXL9Niaa9MTj4izi2Rlsnqgypz7-BCH8RjXg3Mv9b_XNGnInsXeVp38Wy1ijWDALee_QusX5GgbhIyHzKfeYckPc3KI522U/s1600/Archaeopteryx_fossil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="425" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIhbMixhDdRxFZwkgUjcQP-SbkmD0nx_g2aN6KkinY5DNulXL9Niaa9MTj4izi2Rlsnqgypz7-BCH8RjXg3Mv9b_XNGnInsXeVp38Wy1ijWDALee_QusX5GgbhIyHzKfeYckPc3KI522U/s640/Archaeopteryx_fossil.jpg" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;"> Ceative commons license:<span style="font-family: inherit;"> <span style="background-color: #f9f9f9; color: #252525; line-height: 21.2800006866455px;"><i>Archaeopteryx lithographica,</i> found in the Jurassic Solnhofen Limestone of southern Germany.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Porque queria mostrar aos seus alunos o <i>Archaeopteryx</i>, o cientista inglês Dr. David M. Martill levou a turma à Alemanha, à ummuseu na pequena cidade de Solnhofen. Chegando lá, além do fóssil do dinossauro-pássaro, Dr. Martill encontrou também um outro fóssil com a etiqueta "fóssil de vertebrado não-identificado". Estava lá, dando sopa.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
O estudo desse espécime foi publicado na revista <a href="http://www.nature.com/news/four-legged-fossil-snake-is-a-world-first-1.18050">Science </a>desta semana.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E por que foi publicado na Science? Porque tudo indica que este é um fóssil de uma cobra antiga que possuía patas!</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
Mas, <i>what is the big deal</i> sobre termos um fóssil de cobra com patas?</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://news.sciencemag.org/sites/default/files/sn-fossilsnakes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://news.sciencemag.org/sites/default/files/sn-fossilsnakes.jpg" height="360" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Este fóssil nos ajuda a entender um pouquinho sobre a evolução das cobras. <i>Vai dizer</i> que você também não acha as cobras animais peculiares? Pois bem: os cientistas já sabem que muito provavelmente as cobras evoluíram dos lagartos, mas não entendem exatamente <b>de qual espécie </b>de lagarto, <b>quando</b> e <span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><b>por que</b></span> elas evoluíram para cobras. O <i style="background-color: white; border: 0px; font-family: Lora, serif; font-size: 16px; line-height: 22.3999996185303px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: start; vertical-align: baseline;">Tetrapodophis amplectus, </i><span style="background-color: white; border: 0px; font-family: Lora, serif; font-size: 16px; line-height: 22.3999996185303px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: start; vertical-align: baseline;">esse</span><span style="background-color: white; border: 0px; font-family: Lora, serif; font-size: 16px; line-height: 22.3999996185303px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: start; vertical-align: baseline;"> fóssil</span>, cujo estudo foi publicado na Science, possui apenas 8 cm de comprimento, e parece ser o molde do que um dia foi uma cobra jovem. Ele não apresenta uma cauda longa lateralizada, o que é característica dos animais aquáticos; e essa evidência sugere que as cobras não devem ter evoluído de animais aquáticos, mas sim de terrestres.</span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
Mas a característica mais marcante para os cientistas foi encontra 2 pares de patas em <i style="background-color: white; border: 0px; font-family: Lora, serif; font-size: 16px; line-height: 22.3999996185303px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: start; vertical-align: baseline;">Tetrapodophis amplectus! </i><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif; font-size: 16px; line-height: 22.3999996185303px; text-align: start;">Aparentemente, as primeiras espécies de cobras existentes no Planeta Terra, lá beeeem antigamente, tinham patas, com mãos, dedos e tudo!</span></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif; font-size: 16px; line-height: 22.3999996185303px; text-align: start;"><br /></span>
</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif; font-size: 16px; line-height: 22.3999996185303px; text-align: start;">A história evolutiva das cobras que os cientistas tinham conseguido </span>contar até agora, envolvia a possível presença de pernas vestigiais, no momento em que as cobras deixaram de andar e começaram a se arrastar. Mas, juntando esse fóssil às evidências, parece que a história é um pouquinho diferente: os cientistas estão especulando se ao invés de tornar-se um órgão apenas vestigial, se essas patas não podem ter tido alguma utilidade nessas cobras primitivas, como para caçar e prender presas.</span><br />
<br />
<span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 22.3999996185303px; text-align: start;">Mais um pedacinho de evidência na luta para nos ajudar a contar a história evolutiva das cobras! </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /><span style="background-color: white; font-family: Lora, serif; font-size: 16px; line-height: 22.3999996185303px; text-align: start;">Uau, hein?</span></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: start;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: white; line-height: 22.3999996185303px;">A preservação e o encontro de fósseis intactos é algo extremamente raro de </span><span style="background-color: white; line-height: 22.3999996185303px;">acontecer. </span><span style="background-color: white; line-height: 22.3999996185303px;">Por isso, cada evidência como essa, que nos ajuda a montar de forma mais acurada a história</span><span style="background-color: white; line-height: 22.3999996185303px;"> evolutiva dos </span><span style="background-color: white; line-height: 22.3999996185303px;">seres vivos na Terra, é um material extremamente precioso!</span></span></div>
<i style="background-color: white; border: 0px; font-family: Lora, serif; font-size: 16px; line-height: 22.3999996185303px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: start; vertical-align: baseline;"></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: large;">E sabe onde essa cobra patuda vivia?</span></b><br />
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">No Brasil, no Ceará! Há cerca de 120 milhões de anos.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
Mas... se esse é o fóssil de uma espécie que viveu no Ceará, o que ele estava fazendo perdido num museu na Alemanha?</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
Ahá.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Pois então.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
Bom, a gente já sabe que durante todo o período colonial, os europeus extraíram muitas riquezas das suas colônias (Américas, África, Oceania) e levaram para a Europa. Mas a verdade é que no Brasil esse despatriamento que riquezas não parou até hoje. Há <a href="http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/regional/estudiosos-alertam-para-contrabando-de-fosseis-1.497430">várias evidências</a> e denúncias de contrabando de fósseis, mas pouca investigação e contenção desse crime contra a ciência.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: start;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">No caso do <i style="background-color: white; border: 0px; font-family: Lora, serif; font-size: 16px; line-height: 22.3999996185303px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: start; vertical-align: baseline;">Tetrapodophis amplectus, </i><span style="background-color: white; border: 0px; font-family: Lora, serif; font-size: 16px; line-height: 22.3999996185303px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: start; vertical-align: baseline;">parece que ele permaneceu em uma coleção privada por muitos anos antes de ir parar no museu Alemão. Segundo os pesquisadores europeus envolvidos no estudo desse fóssil, eles o encontraram pela primeira vez já lá na Alemanha. Bem longe do Ceará. E então o estudaram, e trouxeram essa imensa contribuição para a ciência ao conhecimento de todos. </span></span><br />
<span style="background-color: white; border: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 22.3999996185303px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: start; vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
<div style="text-align: start;">
<span style="background-color: white; border: 0px; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 22.3999996185303px; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; text-align: start; vertical-align: baseline;">Depois que o trabalho foi publicado, <a href="http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2015/07/brasileiros-questionam-como-fossil-de-cobra-com-patas-chegou-alemanha.html">uma polêmica foi levantada</a> no Brasil sobre a possível ilegalidade da transferência do fóssil para a Europa, e sobre um possível <i>direito</i> dos cientistas brasileiros sobre o estudo do mesmo. </span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Quando questionado sobre o caso da transferência ilegal do fóssil para a Alemanha, e sobre incluir cientistas brasileiros no trabalho, em se tratando de um fóssil procedente do Ceará, o paleontólogo inglês, Dr. Martill, <a href="http://ciencia.estadao.com.br/blogs/herton-escobar/author-of-4-legged-snake-paper-defies-brazilian-fossil-laws/">fez algumas colocações interessantes</a>.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div style="border: 0px; padding: 0px 0px 10px; text-align: start; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> “...That</span><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> also lead to xenophobia — Brazil fossils for Brazilians, British fossils for Brits. It should be fossils for all. No countries existed when the animals were</span></i><i><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"> fossilized..."</span></i></span></div>
<div style="border: 0px; padding: 0px 0px 10px; text-align: start; vertical-align: baseline;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);">"...</span></i><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0);"><i>For me nationality (or sexuality) is not an issue. If you invite people because they are Brazilian then people will think that every Brazilian author on a scientific paper is there because he is Brazilian and not because he is a clever scientist..." </i></span></span></div>
<div style="border: 0px; padding: 0px 0px 10px; text-align: start; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><i><br /></i></span></div>
<div style="border: 0px; padding: 0px 0px 10px; text-align: start; vertical-align: baseline;">
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Numa tradução simplificada e não literal, ele diz que quando os animais foram fossilizados não havia ainda países. E que adicionar cientistas brasileiros na pesquisa apenas por eles serem brasileiros poderia levar à uma interpretação errada do papel desses cientistas. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: inherit;"><br /></span>
</span><br />
<span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">(Escolhi deliberadamente alguns trechos da entrevista do cientista para argumentar o meu ponto. Para uma leitura completa e independente da entrevista do Dr. Martill, clique <a href="http://ciencia.estadao.com.br/blogs/herton-escobar/author-of-4-legged-snake-paper-defies-brazilian-fossil-laws/">a</a><a href="http://ciencia.estadao.com.br/blogs/herton-escobar/author-of-4-legged-snake-paper-defies-brazilian-fossil-laws/">qui)</a>.</span> </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="background-color: rgba(255, 255, 255, 0); font-family: inherit;"><br /></span>
Além de fazer comentários - que do meu ponto de vista - foram sensatos, no entanto, o paleontólogo se excede em comparações sem sentido, misturando assuntos delicados e não relacionados.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
De qualquer forma, acho que temos abordado o assunto pelo ângulo errado. Será que devemos continuar discutindo a eticidade do cientistas inglês - como pesquisador e como pessoa - e esquecer o verdadeiro coração desse problema?</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Será que não devíamos pensar sobre o que esse caso diz sobre nós brasileiros?</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Conheço alguns paleontólogos e estudantes de paleontologia brasileiros, e não tenho dúvidas de que o Brasil tem cientistas competentes o suficiente para fazer a descrição desse fóssil. Mesmo assim, isso não aconteceu. Qual é então a pergunta mais importante aqui? Não seria, <b>por que</b>?</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E depois dessa: <b>até quando</b>?</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />O Brasil não é o país da ciência. Nos últimos tempos, nem do futebol. Agarrar a bandeira verde e amarela e gritar "o fóssil é nosso!!!" é simplesmente mudar de assunto.</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />Quando vamos começar a fazer e responder às perguntas mais difíceis e mais importantes? </span><br />
<br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
</div>
</div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-5825256926260945772015-06-15T16:42:00.001-07:002015-06-17T00:12:32.760-07:00Resposta às indagações de um estudante: a vida que vale a pena ser vivida.<div style="text-align: justify;">
Dias atrás recebi um e-mail de um estudante do terceiro ano do ensino médio, meu conterrâneo da cidade de Criciúma em SC, me contando que gostaria de prestar vestibular para biologia no final do ano, mas ainda tinha algumas dúvidas sobre se teria escolhido a profissão certa. Indagou se poderia me fazer algumas perguntas sobre a profissão, se eu poderia dar a minha opinião sobre o tema!<br />
<br />
Ora, é claro que eu posso falar um pouco, e fico contente que confiem na minha experiência. No entanto, logo afirmo que meu caminho na biologia é único, individual, não tão longo e, por todas essas razões, limitado. Assim como o de todos os biólogos! Além de tudo, a minha perspectiva sobre a vida é sempre um pouco filosófica. Por isso, o conselho número um que eu posso e gostaria de dar é: não siga ao pé da letra os conselhos de ninguém! Conheça-se: <b>conheça os seus desejos, os seus anseios, e os seus valores!</b> Se você tiver o conhecimento de si mesmo, e a humildade e maturidade para saber ouvir os outros, vai tomar decisões acertadas na vida na maior parte dos casos (mesmo que em certos momentos o senso comum diga que você deveria seguir em outra direção!).<br />
Então vamos às perguntas e às minhas respostas:<br />
<br />
<b>1-) O que tem de negativo e de apaixonante que me faria desistir ou seguir a carreira? Como é realmente o dia a dia de um biólogo?</b><br />
<br />
Pois bem. O biólogo é um profissional bem diversificado, e a rotina de diferentes biólogos vai variar tremendamente. Uns trabalham em ONGs de preservação da biodiversidade, outros lecionam biologia nas escolas de ensino fundamental e médio. Outros biólogos optam por seguir carreira de pesquisador e professor do ensino superior, e para isso continuam sua formação acadêmia, fazendo mestrado e doutorado, por volta de 7 ou 8 anos após o fim da graduação. Encontrei <a href="http://goo.gl/eNxieA" target="_blank">esse post </a>interessante que menciona salários e distingue o biólogo bacharel do licenciado. Recomendo a leit<span id="goog_1404099441"></span><span id="goog_1404099442"></span><a href="https://www.blogger.com/"></a>ura para ter um panorama mais técnico sobre o assunto. Link aqui de novo: <a href="http://goo.gl/eNxieA" target="_blank">http://goo.gl/eNxieA </a><br />
<br />
Um dos pontos mais negativos, ao meu ver, é a falta de valorização do profissional biólogo em termos de salário. Tanto para professores do ensino básico e médio, quanto para biólogos sem nível de pós-graduação, os salários podem ser bem desvalorizados (você encontra comentários sobre isso no mesmo post indicado à cima). A desvalorização do professor não é privilégio único dos professores de biologia, infelizmente. A situação desse profissional <a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2015/05/11/opinion/1431351138_436101.html" target="_blank">é crítica</a> no país há muito tempo. Quando à desvalorização do trabalho pela preservação da biodiversidade, essa está muito ligada ao modelo econômico desenvolvimentista que ainda empregamos. Um exemplo: na <a href="http://globotv.globo.com/rede-globo/programa-do-jo/v/assista-a-entrevista-completa-de-dilma-rousseff-no-programa-do-jo/4250014/" target="_blank">última entrevista</a> da presidente Dilma ao Jô Soares, ouvimos ela afirmar várias vezes que "não controla a seca", e por isso não controla os gastos econômicos gerados por ela. Ora, acho que ela anda ouvindo pouco alguns cientistas do país, como <a href="https://www.ted.com/talks/antonio_donato_nobre_the_magic_of_the_amazon_a_river_that_flows_invisibly_all_around_us?language=pt-br" target="_blank">Antônio Nobre</a>:<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f8; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/CIesJyZUWTY/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/CIesJyZUWTY?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<span style="color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<br />
<span style="color: #373e4d; font-family: inherit;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;">Cada vez mais as pesquisas científicas demonstram a relação direta da presença da densa floresta amazônica com os níveis de chuva no sudeste. Sem floresta não tem água. Quanto menos combater o desmatamento da amazônia, mais problemas com a seca ela terá durante o seu governo. </span></span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: inherit;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #373e4d; font-family: inherit;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;">Dessa forma: um dos pontos mais negativos da profissão de biólogo é trabalharmos num mundo ainda muito mal informado, e que por isso não valoriza e possibilita o trabalho pleno do biólogo em pró da preservação da biodiversidade; outras formas de vida que não incluem só a vida humana.</span></span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: inherit;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #373e4d; font-family: inherit;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;">Mas é também nessa dificuldade que se encontra uma das grandes graças da biologia: o seu poder educacional. Há muito o que se esclarecer sobre desenvolvimento sustentável, e o biólogo tem papel decisivo nesse processo educativo. E isso pode ser bem emocionante!</span></span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: inherit;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #373e4d; font-family: inherit;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><b> 3-) E o que é investido tem retorno?</b></span></span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: inherit;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #373e4d; font-family: inherit;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"> Minha resposta para essa pergunta só pode ser filosófica: <i>o que você considera retorno</i>? </span></span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: inherit;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #373e4d; font-family: inherit;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;">Sério. Estou perguntando isso mesmo! </span></span><br />
<span style="background-color: #f6f7f8;"><span style="color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"></span></span></span>
<span style="background-color: #f6f7f8;"><span style="color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f8; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
Há de se pensar o que se quer da vida! Dou meu exemplo pessoal: sou catarinense e faço doutorado em Biofísica na Universidade Federal do Rio de Janeiro. No momento estou na Alemanha, onde ficarei por um ano trabalhando em um laboratório de biologia computacional, fazendo meu doutorado sanduíche. Cursei biologia na Ilha da Magia em Florianópolis, e quando o curso acabou me mudei para o RJ. Hoje estou na Alemanha, e durante minha vida acadêmica já passei 11 meses na Inglaterra e 2 meses na Itália. Todas essas minhas viagens têm sido muito felizes e produtivas e, pra mim, têm valido muito a pena: porque valorizo minha carreia - sinto empolgação no trabalho a cada dia - e essas viagens sempre possibilitam que a qualidade do meu trabalho de pesquisa aumente. Porque valorizo viver novas experiências, conhecer culturas diferentes. Valorizo aprender que a forma como vejo o que seria "uma vida boa" não é a mesma forma que pessoas em outros lugares do mundo veem. Todas essas experiências me tornam uma cientista e um ser humano mais completo, mais humilde, tolerante com as diferenças. Só que toda essa mudança pra lá e pra cá no mundo tem seu lado negativo: a distância da família e dos amigos, do que nos é familiar no nosso lugar de origem, e das coisas que só conseguimos fazer lá e em nenhum outro lugar. Além disso, uma vida de pós-graduando com dedicação plena no Brasil significa viver pelo menos 6 anos com bolsa de estudos: sem férias, sem direitos, sem contribuição para a aposentadoria. A Prof. Suzana Herculano tem <a href="http://www.suzanaherculanohouzel.com/journal/2012/9/27/voce-quer-mesmo-ser-cientista.html" target="_blank">um texto </a>bastante realista sobre essa situação, e eu recomento a leitura. <a href="http://www.suzanaherculanohouzel.com/journal/2012/9/27/voce-quer-mesmo-ser-cientista.html">Aqui.</a><br />
<br />
Dessa forma, vale você pensar o que significa retorno para você. No meu caso, não consigo pensar em sacrificar meu dia a dia como doutoranda fazendo ciência, como educadora e escritora, pela segurança de um emprego mais estável, mas também mais mecânico. Decidi, e decido a cada dia (pois recalculo minha rota constantemente) correr o risco da alta competitividade por uma vaga no mundo acadêmico após o doutorado, por acreditar que uma vida como cientista e educadora na universidade me fará mais contente.<br />
<br />
<b>O que faz você feliz? </b><br />
<br />
Certamente você ainda é bastante jovem e tem muito a aprender. Assim como eu (e qualquer pessoa que tenha até por volta de uns 90 anos.. de repente um pouquinho mais!). E como essa nossa vida é muito curta e preciosa, recomendo que você comece a pensar nisso o quanto antes! Uma das TED talks mais magníficas dos últimos tempos recomendada para pessoas jovens é essa: <a href="http://www.ted.com/talks/meg_jay_why_30_is_not_the_new_20">Why 30 is not the new 20! </a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f8; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f8; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/vhhgI4tSMwc/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/vhhgI4tSMwc?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<span style="color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f8; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f8; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<br />
<span style="color: #373e4d; font-family: inherit;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;">Recomendo! Se você não for ler nenhum dos outros textos que recomendei ao longo do post, pelo menos assista à essa TED Talk!!!</span></span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: inherit;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #373e4d; font-family: inherit;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #373e4d; font-family: inherit;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;">Recomendo também uma iniciação em filosofia LEVÍSSIMA, livro do Prof. Clóvis de Barros Filho. Não há academicismos dentro do texto, é leitura leve. O livro chama-se <a href="http://www.google.de/imgres?imgurl=http%3A%2F%2Fi3.zst.com.br%2Fimages%2Fvida-que-vale-a-pena-ser-vivida-barros-filho-clovis-de-9788532639585-photo14361746-12-29-e.jpg&imgrefurl=http%3A%2F%2Fwww.zoom.com.br%2Flivros%2Fvida-que-vale-a-pena-ser-vivida-barros-filho-clovis-de-9788532639585&h=590&w=810&tbnid=bgDE-ODuuQDyFM%3A&zoom=1&docid=p6pdaaUevBTiyM&ei=82B_VYDnE4bfU-m0g6AM&tbm=isch&iact=rc&uact=3&dur=252&page=2&start=15&ndsp=23&ved=0CHYQrQMwG2oVChMIwKzjqO6SxgIVhu8UCh1p2gDE">A vida que vale a pena ser vivida.</a></span></span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: inherit;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #373e4d; font-family: inherit;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #373e4d;"><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: inherit;">Espero que eu tenha ajudado. (Ou só compliquei mais ainda?)Termino com uma frase magnífica que, pra mim, defini felicidade:</span><span style="font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px;"> </span></span></span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><span style="background-color: #f6f7f8; color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"></span></span><br />
<span style="color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"> </span><span style="line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><span style="font-size: large;">"<i>I don't want to live any other life apart from the one I'm living</i>." - definition of happiness.</span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f8; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<span style="color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f8; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpRbw9BQCrGM3zj7So-p-nHDO-lejiSGCbgW_zZLnx4V441xne0ydVwZKBMaFn8X6XyLpa9yjRrSrh19H0D7mBcH2CHTORYjQkPnmPJlneCkWBCFNW92GIJaQdZdkcG8X7juJwhEafF_E/s1600/que-es-filosofia.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpRbw9BQCrGM3zj7So-p-nHDO-lejiSGCbgW_zZLnx4V441xne0ydVwZKBMaFn8X6XyLpa9yjRrSrh19H0D7mBcH2CHTORYjQkPnmPJlneCkWBCFNW92GIJaQdZdkcG8X7juJwhEafF_E/s1600/que-es-filosofia.gif" /></a></div>
<span style="color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f8; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif;"><span style="background-color: #f6f7f8; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></div>
<span style="background-color: #f6f7f8; color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>
<span style="background-color: #f6f7f8; color: #373e4d; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 15.3599996566772px; white-space: pre-wrap;"><br /></span>Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-80660354664492545772015-06-04T15:49:00.000-07:002015-06-06T03:25:04.972-07:00Letrinhas em movimento: como anda o sequenciamento do genoma do mexilhão dourado?<div style="text-align: justify;">
O mexilhão dourado está na Alemanha!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não, não se assuste! Isso não significa dizer que ele invadiu águas europeias!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ufa!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que eu quis dizer é que o projeto do sequenciamento do genoma do mexilhão dourado começou uma colaboração com um instituto de pesquisa alemão, e por isso as letrinhas A, C, T, G do genoma do mexilhão dourado andam passeando pelo hard drive e pela memória ram de super computadores alemães...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu, Marcela, estou fazendo um ano de doutorado sanduíche, com bolsa da CAPES, em um instituto de pesquisa em Berlim chamado Leibniz Institute for Zoo and Wild Life Research (<a href="http://www.izw-berlin.de/welcome.html" target="_blank">IZW)</a>, e continuo a montagem do genoma do mexilhão dourado dentro de um núcleo de bioinformática conhecido como Berlin Center for Genomics in Biodiversity Research (<a href="http://www.begendiv.de/" target="_blank">BeGenDiv</a>). Essa sou eu por <a href="http://www.begendiv.de/team_marcela_uliano/" target="_blank">aqui</a>: <a href="http://goo.gl/WAqdei">http://goo.gl/WAqdei</a> </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O IZW e o BeGenDiv produzem ciência voltada para o estudo do comportamento e da genética animal, com fins de preservação da vida selvagem, e das espécies ameaçadas de extinção. E também, como no caso do mexilhão dourado, estudam a genética de espécies que ameaçam a diversidade e a vida selvagem!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aqui na Alemanha eu sou orientada pela Dr. <a href="http://begendiv.imp.fu-berlin.de/team-member-camila-mazzoni/" target="_blank">Camila Mazzoni</a>, que está trazendo sua expertise em <i>anotação de genes </i>para o projeto do genoma do mexilhão dourado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o que significa <i>anotação de genes</i>?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O sequenciamento e a montagem de um genoma envolvem várias etapas. É preciso:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
1-) <b>Coletar o animal e extrair o seu DNA</b> - já fizemos essa parte no Brasil!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2-) Depois, precisamos <b>inserir esse DNA numa máquina de sequenciamento de letrinhas</b>. Para que as letrinhas do genoma sejam geradas pela máquina, é preciso comprar reagentes químicos um tanto caros, e foi aqui que investimos uma parte do nosso dinheiro de financiamento, que inclui o nosso <i><a href="https://www.catarse.me/genoma" target="_blank">crowdfunding</a></i>! Gastamos em torno de R$ 42.600,00 para gerar as sequências genéticas do mexilhão (as letrinhas!) em dois diferentes centros de sequenciamento: um deles na UNESP de Jaboticabal, e o outro na Itália na cidade de Perugia, no chamado Polo d'Innovazione di Genomica, Genetica e Biologia (Polo GGB)*. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Letrinhas caras essas, né? Mas o que a gente faz com elas agora?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3-) É preciso<b> montar o genoma</b>. O genoma do mexilhão dourado é formado por mais ou menos 800 milhões de letrinhas A,C,T,G seguidas. Mas quando elas são geradas pela máquina de sequênciamento, essas letrinhas não saem de lá compriiiiiiiiidas já formando longos fragmentos até chegar aos 800 milhões necessários. Na verdade, as chamadas <i>reads</i> (ou sequências) que são geradas pelo sequenciador são bem curtas: cada <i>read</i> é composta de mais ou menos 100 letras A,C,T,G! Várias e várias dessas <i>reads</i> são geradas pelo sequenciador de genomas. Então você imagina: é preciso pegar todas as sequências de 100 letrinhas e dar sentido à elas, até que elas formem a ordem correta das 800 milhões que compõe o genoma completo do mexilhão! É como um quebra cabeça com muitas peças embaralhadas! E para resolver esse quebra cabeça é preciso usar diferentes programas computacionais. Trabalho puxado que estou desenvolvendo nesse momento!!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando já tivermos as letrinhas na sequência correta formando o genoma então,</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
4-) Precisaremos <b>anotar os genes dentro desse genoma! </b>Nem todas as letrinhas codificam os blocos da vida que geram os nossos tecidos e órgãos: as letrinhas que fazem isso são chamadas <i>genes,</i> e é preciso identificá-las no meio das outras sequências que têm outros papéis na geração da vida. Muitas dessas outras sequências são como guardas de trânsito; controlando a expressão dos genes na célula.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse trabalho de diferenciação entre genes e guardas de trânsito já está sendo iniciado - a medida que vamos gerando os primeiros grandes blocos de letrinhas em sequência correta através da montagem do genoma - e vai continuar pelos próximos dois anos, até que o projeto esteja em sua fase final, no início de 2017.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
São esses genes que serão nomeados a partir dos nosso queridos colaboradores! Quando a hora de nomear genes chegar, e ela há de chegar, todos os colaboradores receberão um e-mail e precisarão escolher o nome dos seus genes! Que sejam generosos e deem nomes legais! Porque já bastam os nomes reais dos genes que indicam as funções bioquímicas deles! Por exemplo: o gene da <i>glucose-6-fosfato-desidrogenase</i>... an?? Fala sério! Que nomão!! Tomara que no genoma do mexilhão dourado ela chame-se <i>John glucose-6-fosfato-desidrogenase</i> ou <i>Mary glucose-6-fosfato-desidrogese</i>... Melhor, hein?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acho que por hoje vou ficando por aqui. Em Berlim: eu, meu computador, as letrinhas... e o mexilhão! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMb0yJnQrDNBFrjXrJWxvaPVW1S0estxTjw2TQH9jZNt3U2zzW3fwiRc-Zma20RzCdBibr0hNN245y3X3MXzUpwpQDm4Qa2KXWXO7Oub5Vso3W_nWZXqGb2Dg6hPYGFNseUkx6ToPv29k/s1600/berlin.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMb0yJnQrDNBFrjXrJWxvaPVW1S0estxTjw2TQH9jZNt3U2zzW3fwiRc-Zma20RzCdBibr0hNN245y3X3MXzUpwpQDm4Qa2KXWXO7Oub5Vso3W_nWZXqGb2Dg6hPYGFNseUkx6ToPv29k/s400/berlin.jpg" width="300" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht-1omdvvJLNnmkUJ7XfjPdXiIUnTzGEiHryJ0d-uOZpRt38OBzIzLHjVofSl4CcsgrrItqIr7J77nUdmTVjqDE0QDbuoS8Auj63HHQtzfE_Cqoh4t9wZAqC9_r8TiJgQGDKvigXPvQ0w/s1600/IMG_1622.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht-1omdvvJLNnmkUJ7XfjPdXiIUnTzGEiHryJ0d-uOZpRt38OBzIzLHjVofSl4CcsgrrItqIr7J77nUdmTVjqDE0QDbuoS8Auj63HHQtzfE_Cqoh4t9wZAqC9_r8TiJgQGDKvigXPvQ0w/s400/IMG_1622.JPG" width="300" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEGzTOcBI_zkxEgYEl2KtB8PrB4lmnKHvNKoq_h00swZepM_Yb448jHhRwfC4KIXkTgvmZzWl-mimJVvBBrX-7aD-Gc3hCZ-0qamtbIc2qbgc5c679-mdHsQAsI_8E9vDs8KnXFDs1tlo/s1600/IMG_1503.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEGzTOcBI_zkxEgYEl2KtB8PrB4lmnKHvNKoq_h00swZepM_Yb448jHhRwfC4KIXkTgvmZzWl-mimJVvBBrX-7aD-Gc3hCZ-0qamtbIc2qbgc5c679-mdHsQAsI_8E9vDs8KnXFDs1tlo/s400/IMG_1503.JPG" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quem estiver interessado em uma ciência mais <i>hardcore</i> pode dar uma olhada no último capítulo de livro que escrevemos sobre a relação da genética com a capacidade invasiva do mexilhão dourado. O capítulo está dentro deste livro: <a href="http://www.springer.com/gp/book/9783319134932" target="_blank">http://www.springer.com/gp/book/9783319134932 </a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
*Quem quiser mais detalhes sobre os pagamentos, recibos e coisa e tal, pode escrever pra mim: marcela.uliano@gmail.com</div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-85787298792518400492015-01-25T09:30:00.000-08:002015-01-25T10:25:06.234-08:00"Quem sou eu? Eu sou uma pergunta."<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Recebi muito <i>input</i> externo essas últimas semanas – leituras, vídeos, diálogos com
amigos, e até a experiencia mais dura do confronto com a realidade e
inevitabilidade da morte – que culminaram na minha vontade de escrever esse
texto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fiquei pensando sobre as definições
de <b>tempo</b> e <b>sucesso</b> da sociedade contemporânea. Já peço desculpas imediatas
pelas próximas generalizações que faço - que são necessárias na hora de se
escrever um texto falando sobre definições - e gostaria de deixar claro que
valorizo e admiro a busca individual de cada um (para os que fazem essa busca) por
suas próprias verdades, por suas próprias definições.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No geral, diariamente nossa
rotina e <b>tempo</b> envolvem uma sucessão
de longas horas de tarefas, compromissos e atividades. Nesse mundo lotado de
informação, de celulares e aplicativos de produtividade, não temos tempo para
expressar e viver nossas particularidades individuais: ir em busca das
perguntas e respostas que mais nos intrigam, das atividades que mais gostamos. O
mais preocupante não é nem a falta de tempo; <a href="http://brasil.elpais.com/brasil/2014/12/22/opinion/1419251053_272392.html" target="_blank">é que não nos damos conta dela. </a><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Essa loucura automática diária em
que vivemos é supostamente a nossa forma de ir em busca do chamado <b>sucesso</b>. O sucesso, numa definição crua e mal analisada, atualmente muito
atrelado ao <i>eu</i>: minha carreira, meu
prestigio, minha casa, meu dinheiro e meus bens materiais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Está tudo errado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Não é somente a minha ou a sua
impressão, mas os levantamentos <i>quantitativos</i>
demonstram que as pessoas que se sentem mais realizadas não são necessariamente
as que tem maior segurança material, que representa a nossa definição de
sucesso. As pessoas realizadas são outras:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/Ne2b1nR5UvM?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Essa <a href="https://www.youtube.com/watch?v=Ne2b1nR5UvM" target="_blank">TEDx talk</a> em Victoria no
final de 2014 do meu amigo David Lang, conta um pouco da sua história pessoal.
Primeiro, de forma fantástica, David trás a noção do tempo a partir da
perspectiva dos <u>dias</u>. Ele não conta a sua vida em anos, mas em dias vividos. E
esse é um exercício que todos nós deveríamos fazer. A consciência e o apreciar
de cada dia vivido pode nos ajudar a tirar nossos dias do automático: por mais
que durante a semana tenhamos uma série de atividades para desenvolver, da
mesma forma, todos os dias, precisamos estar conscientes de que este é um dia
valioso, e temos que fazer neste dia o que realmente nos importa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>O que me importa? Como aprecio a vida diariamente?</b> <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
São perguntas que precisamos nos
fazer urgentemente.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Me deparar com a dolorosa
realidade da inevitabilidade da morte, e da fragilidade da vida, a partir da
<a href="http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-01-09/estudante-de-biologia-e-morto-em-tentativa-de-assalto-em-botafogo.html" target="_blank">perda de um amigo querido</a>, colocou mais urgência ainda na minha busca por essas
respostas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Outra preciosa lição que sai da
história de vida do David é a sua definição de sucesso. Lá para o final da sua
talk ele afirmar “montei uma empresa, escrevi um livro, dei uma TED talk. Acho
que estou realizado.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E o que ele conclui a partir
disso?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US">“Success is
not personal”. - David Lang <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Que quando a gente conquista individualmente as coisas que busca, elas
não parecem mais tão especiais assim.</b> É por isso que pessoas que atingiram
a estabilidade financeira e material, quando acham que esse é todo o sentido da
vida, acabam se tornando extremamente infelizes e insatisfeitas. Consquitou coisas,
mas não satisfez o desconforto e a ânsia de realizar. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Diante da efemeridade e pequenez
da vida individual de cada um de nós, você achava mesmo que ser apenas um <i>ser produtor de resíduos</i>; que tem uma casa
linda, um iate e um pau de selfie, iria preencher os seus anseios mais profundos
de realização pessoal? <b>Porque estamos
conscientes de que a nossa vida individual é pequena, curta e insignificante, faz sentido constatarmos que as pessoas
mais felizes são aquelas que partilham: experiências, bens financeiros,
conhecimentos. São aquelas pessoas que fazem algo além da sua borda: que
transbordam.</b> Que envolvem outros, que modificam e sensibilizam a vida de
outros. E assim se eternizam.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="EN-US">“A dream you dream alone is only a dream.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="EN-US">A dream you dream together is reality.” – Yoko Ono<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Que você tenha um bom dia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjlTHHqri86KDC2XjDN1QFqi22Jxs4h6RQgdZ0s6W3HiJPmXiElLDLPVGm2YkhqcyS_VDDlkJe0DZMxcBx-QWaQJrSSqRJsYsQ6in4mzggdVZZKE6qYvqvjhUlXGPdvCE6B8ttzQ1BJ9w/s1600/8195218872_97e3d58590_b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjlTHHqri86KDC2XjDN1QFqi22Jxs4h6RQgdZ0s6W3HiJPmXiElLDLPVGm2YkhqcyS_VDDlkJe0DZMxcBx-QWaQJrSSqRJsYsQ6in4mzggdVZZKE6qYvqvjhUlXGPdvCE6B8ttzQ1BJ9w/s1600/8195218872_97e3d58590_b.jpg" height="200" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-57408530719775318632014-12-07T18:07:00.003-08:002014-12-07T18:07:57.195-08:00Histórias Cruzadas<div style="text-align: justify;">
Ontem a noite assisti um filme muito bonito e intenso, embora seja uma pena que a arte tenha que contar histórias tristes como as do filme Histórias Cruzadas (The Help). </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/Cqn4XN21O1g?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O filme narra a história de algumas empregadas domésticas na década de 1960, em um dos estados mais preconceituosos dos Estados Unidos na época, o Mississipi.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não sei se durante a minha navegação pelo Netflix, fui induzida a escolher esse filme por causa do livro que estou lendo, chamado 'Eternidade Por Um Fio', o último livro da trilogia 'O Século' de Ken Follet, que conta, em forma de romance, alguns dos eventos políticos mais importantes do século XX. Esse último livro fala muito sobre a luta pelos direitos civis nos Estados Unidos da década de 1960, e dos assassinatos de John F. Kennedy (em 1963) e Martin Luther King (1968) por opositores racistas. Quando olhamos em retrospectiva para esses eventos históricos, geralmente acabamos concluindo: que absurdo! Os assassinatos, o separatismo entre brancos e negros da década de 1960, a violência contra os negros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu também acho um absurdo. E uma das coisas que mais me orgulho é de trabalhar no campo da genômica, e poder falar de boca cheia que a ciência já mostrou que a partir dos nossos genomas, não podemos ser separados por raças: que somos todos potencialmente iguais. (Já escrevi mais de uma vez sobre isso, <a href="http://improvisocientifico.blogspot.com.br/2012/08/escrevo-para-vencer-morte.html" target="_blank">aqui</a> e <a href="http://improvisocientifico.blogspot.com.br/2014/10/o-papa-e-pop.html" target="_blank">aqui</a>.)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas a reflexão que gostaria de trazer aqui vai além do absurdo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quem me conhece sabe que sou bastante interessada pela história do século XX. Embora esse século tenha sido marcado por muito sofrimento, ele também foi marcado por muita superação, por mudanças, como a emancipação e revolução feminina que começou na década de 1920 com a Primeira Guerra Mundial. E é isso que me fascina na história desse século.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas sempre que eu reflito sobre esses momentos de sofrimento e mudança do século XX, fico pensando no tipo de pessoa que eu seria se tivesse vivido em algum desses momentos cruciais. Novamente: olhando em retrospectiva, é muito fácil considerarmos um absurdo a ausência do voto feminino, ou a separação de banheiros entre negros e brancos, o extermínio de pessoas de acordo com sua etnia ou religião. Mas e se tivéssemos vivido aquele momento, quem nós seríamos? Como nós agiríamos?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gosto sempre de pensar que eu seria tão forte quanto àquela primeira mulher que saiu na rua usando uma calça jeans, ou a primeira mãe solteira. Ou o primeiro grupo de homossexuais que decidiu lutar pelos seus direitos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas, se tem algo de concretos que podemos saber nessa vida, é que os "se" não existem. O que eu teria sido se tivesse nascido em qualquer outro momento histórico eu não tenho como saber.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas tem uma coisa que eu sei: que nesse momento presente eu tenho a potencialidade para ser qualquer pessoa que eu escolher ser. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não deixemos que os grandes absurdos já superados do passado, camuflem os absurdos do momento presente: a desigualdade da distribuição de renda e recursos, o <a href="http://www.ted.com/talks/lisa_kristine_glimpses_of_modern_day_slavery?language=en" target="_blank">trabalho escravo</a> ainda existente, a <a href="http://www.catarse.me/pt/videochegadefiufiu" target="_blank">desigualdade de gênero</a> massacrante camuflada na frase <i>já foi muito pior</i>, o racismo e a homofobia. A utilização dos recursos naturais de forma insustentável. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E aí, </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quem temos escolhido ser?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Juro que eu não tenho nem a resposta nem qualquer fórmula perfeita. Muito pelo contrário. Só quis trazer à tona a pulga que ficou atrás da minha orelha...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-15590375361001160612014-11-05T14:19:00.002-08:002014-11-05T14:19:51.851-08:00Quick note about species diversity and citizen science<br />
I just read a very interesting, and polemic, paper from Science on the species richness, cataloging and extinction rates topics.<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Apart from all the difficulty in measuring accurately if it's possible (or not) to describe all the species in the world, what are the real rates of extinction and what to do to improve both scenarios, one thing is certain: the public participation in the process of discovery is vital. I agree with Costello at all on that. They wisely say:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"..<i>.If each species is considered a book of knowledge for which we lack a title page, then we need to catalog 0.5 to 6.5 million more books. Ten times more books are already in the U.S. Library of Congress, and each book may have taken as much or more effort to produce as one species description. But many people write books, not just those who are employed to do so. Opening up taxonomic literature to the public, as is already the case for birds [e.g., (47)], mammals, fish, flowering plants, butterflies, and some other invertebrates, will help more people study and discover species (Table 1). Already, half of all new species of European animals, including the less charismatic species, are being described by amateurs (48). The increasing accessibility of information through the Internet and mobile telephones is already providing new opportunities to aid species identification.</i>..." From <a href="http://www.sciencemag.org/content/339/6118/413.short" target="_blank">here</a>. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
I'm happy that everyday more and more scientists are acknowledging the need for the public participation in science.<br />
<br />
I'm off to read more papers, because I have my doubts about these estimates they present in number of species and so on... Important topic.<br />
<br />
<br />Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-19880055183105779092014-10-28T18:20:00.001-07:002014-10-28T18:31:39.656-07:00O Papa é pop<div style="text-align: justify;">
Além dos discursos <i>super</i> ponderados e embasados (em nada?) sobre as eleições presidências brasileiras, hoje não se falava em outra coisa nas redes sociais a não ser na declaração do Papa chicano de que a teoria da evolução das espécies e do Big Bang são corretas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Deixando de lado os vários problemas relacionados ao "agora pode", "agora não pode" da igreja (e de qualquer instituição que baseie suas afirmações em fé, e não em evidências), vou entrar no que mais me incomoda nessa história toda: eu fico me perguntando o que as pessoas realmente entendem por <i>teoria da evolução</i>. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Segundo o site do <a href="http://oglobo.globo.com/sociedade/religiao/papa-francisco-declara-que-deus-nao-um-magico-com-uma-varinha-magica-14383271" target="_blank">Globo</a>, o Papa teria afirmado que "... <i>Deus criou os seres humanos e deixou que eles se desenvolvessem de acordo com as leis internas que ele deu a cada um para que eles cheguem ao seu cumprimento</i>...". </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com essa afirmação, Francisco não me parece estar aceitando o que a teoria (que é tão real e baseada em evidências quanto a teoria gravitacional) de fato sugere: que as espécies evoluem de acordo com a seleção natural, e que esse é um processo não planejado, ao acaso. E constante.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Todos nós descendemos de um ancestral comum, e o DNA como material genético de TODAS as espécies, desde bactérias até o homem, está aí para provar isso. Além disso, as espécies habitantes da Terra não foram sempre as mesmas; as espécies derivam, evoluem. Mais ou menos assim: existe a diversidade gênica (e o sexo tem grande papel nisso!) e então a influência de fatores ambientais, que ajuda a fixar ou eliminar genes (os genes vantajosos ou desvantajosos) criando assim a diversidade, que pode levar a um evento de <i>especiação; </i>a criação de uma nova espécie. Infelizmente não conseguimos acompanhar esse processo durante o nosso tempo de vida porque ele leva milhares de gerações para acontecer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No entanto, precisamos tirar uma conclusão básica a partir das evidências da teoria da evolução: se as espécies na Terra não foram sempre as mesmas, se elas evoluem constantemente, e se o homem é uma dessas espécies, então o ser humano não é o ponto máximo da evolução. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda estamos mudando. E estaremos sempre.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tendemos a utilizar a palavra <i>evoluir </i>com um sentido positivo; como se algum ser (ou pessoa, ou crença, ou raça, ou sistema educacional) mais evoluído fosse algo melhor. E é por isso que eu gosto tanto da expressão <i>derivar. </i>Porque um organismos mais derivado (ou evoluído), nada mais é do que uma espécie mais recente do que um(s) ancestral(is) a ela na árvore da vida. Isso significa que ela passou por mais passos evolutivos do que a outra espécie, mas não que é uma espécie melhor. É bem provável que a espécia mais derivada seja mais bem adaptada ao meio naquele momento, mas isso não significa que seja melhor. Muitas vezes, derivar (ou evoluir) significa perder algumas características (como asas, e assim a habilidade de voar para algumas espécies), e estamos sempre acostumados a associar a evolução com organismos complexos, cheios de diferentes órgãos. Organismos mais evoluídos podem ser mais simples do que os seus antepassados.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesse sentido, se entendemos que a evolução é a 'derivação' e 'melhor adaptação ao ambiente e tempo em que vivem', e não significa <i>ser melhor</i>, então temos que concluir que todas as espécies presentes no Planeta Terra hoje têm o mesmo sucesso evolutivo que os seres humanos. São tão bem adaptadas ao momento quanto ele; elas estão vivas agora!<br />
<br />
Ou pelo menos por enquanto.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gastei um momento para escrever esse texto porque acho que as pessoas não se dão conta do que isso realmente significa. Aceitar a teoria da evolução não significa dizer que <i>as espécies evoluíram devagar de seres primitivos aos seres humanos</i>. Aceitar a teoria da evolução significa entender que somos apenas mais um galho da árvore da vida, e que ainda podemos derivar para uma espécie mais extraordinária no futuro. Isso deveria nos dar um sentimento de extrema humildade (que é dificilmente o que vemos os seres humanos fazendo por aí). </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por mais que o papa, ou qualquer outro líder, afirme que a evolução das espécies é legítima, tenho a forte impressão de que verdadeiramente, ninguém ainda se deu conta do real significado disso. Porque se tivéssemos nos dado conta, não seríamos tão egoístas no trato com todas as outras espécies presentes no Planeta Terra. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É chegado o tempo de pararmos de abusar da diversidade (consumo excessivo de derivados animais, desmatamento, esgoto não-tratado, para citar só alguns). E agora com a benção do papa. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJcIOM0X_cXpsES6DCW68r1h_wwR6uVcTOAs_9D54cgSrZ3oV9bhpTrxoBlqKeaPeP7yqFmsgwZ_HQSbuWlixdGbq56cdDw1UdAAWXVmuYFMThkYjz-9fI5fDCjsa-rafOK2sM6LjuFi8/s1600/chimpanz%C3%A9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJcIOM0X_cXpsES6DCW68r1h_wwR6uVcTOAs_9D54cgSrZ3oV9bhpTrxoBlqKeaPeP7yqFmsgwZ_HQSbuWlixdGbq56cdDw1UdAAWXVmuYFMThkYjz-9fI5fDCjsa-rafOK2sM6LjuFi8/s1600/chimpanz%C3%A9.jpg" height="255" width="400" /></a></div>
<br />
Mais em teoria da evolução <a href="http://improvisocientifico.blogspot.com.br/2012/08/escrevo-para-vencer-morte.html" target="_blank">aqui</a>. </div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-48656796957311483942014-09-14T13:40:00.000-07:002014-09-14T13:43:42.640-07:00O que é o programa TED Fellows?<div style="text-align: justify;">
Depois de ver a expressão de dúvida no rosto de vários amigos quando contei a novidade, resolvi escrever uma nota explicativa sobre minha entrada como membro da comunidade de TED Fellows, que me garantiu uma talk de 5 minutos durante o próximo <a href="http://conferences.ted.com/TEDGlobal2014/" target="_blank">TED Global, que vai acontecer no Rio de Janeiro de 5 a 11 de outubro.</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas afinal, o que é a comunidade dos TED Fellows?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Pela própria descrição do <a href="http://www.ted.com/participate/ted-fellows-program" target="_blank">site, o TED Fellows</a> é uma rede de colaboração interdisciplinar para jovens inovadores. O seu trabalho tem um impacto positivo no mundo? Visa a coletividade? Então você pode aplicar para ser um TED Fellow! A ideia é que essa rede de contatos permita que o seu trabalho tenha um impacto ainda mais efetivo, a partir da divulgação e do contato com pessoas que possam fortalecê-lo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Todos os anos, as conferências TED trazem palestras inspiradoras de profissionais das mais variadas áeas. A missão do TED, organização sem fins lucrativos, é divulgar boas ideias, geralmente sob a forma de palestras curtas (18 minutos ou menos). O TED surgiu primeiramente como uma conferência unicamente sobre <i>tecnologia, entretenimento e design, </i>daí a sigla. No entanto, atualmente abrange quase todos os tópicos - desde ciência, assuntos empresariais, até questões globais - em mais de 100 línguas diferentes. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho certeza de que você, alguma vez na sua vida, já assistiu a uma TED talk, certo? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda não?? Então o que você está fazendo com a sua vida? Pare de ler esse texto imediatamente e vá logo assistir alguma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quer umas dicas? É tão difícil! Tem muita coisa boa lá. Mas tudo bem, posso tentar:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Zak Ebrahim: <a href="http://goo.gl/ThBq15" target="_blank">http://goo.gl/ThBq15 </a></div>
<div style="text-align: justify;">
Brené Brown: <a href="http://goo.gl/ep45zM">http://goo.gl/ep45zM</a></div>
<div style="text-align: justify;">
Ken Robinson: <a href="http://goo.gl/YYuF5z">http://goo.gl/YYuF5z</a></div>
<div style="text-align: justify;">
Mary Roach: <a href="http://goo.gl/EbMihg">http://goo.gl/EbMihg</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dentro dessa iniciativa, estão os <a href="https://www.ted.com/about/programs-initiatives/ted-fellows-program" target="_blank">TED Fellows</a>. Durante as conferências (TED e TEDGlobal), além das palestras de 18 minutos dos TED speakers, são apresentadas palestras curtas (4-5 minutos) pelos TED Fellows falando sobre o seu trabalho. Muitas delas estão disponíveis no site do TED e você pode <a href="https://www.ted.com/talks/browse?topics%5B%5D=TED+Fellows&sort=newest" target="_blank">acessar aqui</a>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Minha entrada na comunidade dos TED Fellows se relaciona ao meu trabalho de doutorado; o sequenciamento do genoma do mexilhão dourado, espécie invasora que tem causado sérios danos ambientais e econômicos na América do Sul. Nunca ouviu falar desse projeto? <a href="https://www.youtube.com/watch?v=1vaEUPCAEQQ" target="_blank">Esse vídeo pode te ajudar</a>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vou contar no TED um pouco da nossa jornada para sequenciar o genoma dessa espécie, e sobre nossa busca por estratégias biotecnológicas de controle dessa praga, a partir das dicas que o perfil molecular da espécie, o seu genome, está nos trazendo. Esse trabalho eu obviamente não desenvolvo sozinha. Além dos pilares fundamentais, meu orientador <a href="http://scienceblogs.com.br/vqeb/" target="_blank">Dr. Mauro Rebelo</a>, e co-orientador <a href="http://www.bioqmed.ufrj.br/docentes/?u=prosdocimi" target="_blank">Dr. Francisco Prosdocimi</a>, há mais pesquisadores envolvidos, e <a href="http://www.catarse.me/pt/genoma" target="_blank">pelo menos mais 361 financiadores</a>. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Conheça o time dos <a href="https://www.ted.com/participate/ted-fellows-program/meet-the-ted-fellows" target="_blank">20 TED Fellows de 2014</a>, que tem 3 brasileiros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmT74ZZw163v6Rh1tGSYLdbjtYvsZ1UkxVIYT7Xzn3qFiJne8KFao51YuMycap2ME0PqHdZg7rqg2rDwjygWru-sjie2bkRPXMupIniPtYiANwM9iE2JJj3whjx3c0_9IhEOO3dp_1o4o/s1600/TED-02.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmT74ZZw163v6Rh1tGSYLdbjtYvsZ1UkxVIYT7Xzn3qFiJne8KFao51YuMycap2ME0PqHdZg7rqg2rDwjygWru-sjie2bkRPXMupIniPtYiANwM9iE2JJj3whjx3c0_9IhEOO3dp_1o4o/s1600/TED-02.png" height="308" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<b> Se você morresse hoje, que falta faria para o mundo?</b><br />
<b><br /></b>
<b>...</b><br />
<br />
As inscrições para concorrer a uma vaga para ser TED Fellow 2015 estão abertas. Corre lá! <a href="http://fellowsblog.ted.com/2014/08/25/apply-to-be-a-ted2015-ted-fellow">http://fellowsblog.ted.com/2014/08/25/apply-to-be-a-ted2015-ted-fellow</a><br />
<br />
<br />
Mais sobre os TED Fellows: <a href="http://papodehomem.com.br/como-se-juntar-a-rede-ted/">http://papodehomem.com.br/como-se-juntar-a-rede-ted/</a><br />
<br />
<br />
<br />
<br />Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-23329657128763591942014-07-26T06:39:00.001-07:002014-07-26T12:12:28.135-07:00Biodiversidade: minha macarronada de cada dia! / Biodiversity: my everyday pasta!<div style="text-align: justify;">
<b style="background-color: white; color: #444444; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18.200000762939453px;">HEY FOREING FRIEND! YOU CAN FIND A ENGLISH VERSION OF THIS TEXT JUST BELOW THIS PORTUGUESE ONE!!</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com certeza você já deve ter ouvido isso também: dizem por aí que nosso futuro é viver dentro de um computador. Que poderemos fazer tudo no mundo virtual, nossos corpos serão desnecessários.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Será esse o nosso futuro?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bom, eu adoro computadores. A evolução das memórias RAM, fazendo com que os computadores processem dados numa velocidade inimaginável, é o que permite eu fazer o meu trabalho: montar o genoma do Mexilhão Dourado. Se viver dentro de um computador pode, ou não, ser o nosso futuro, não posso garantir. Mas se tem algo que posso afirmar, observando <i>o andar da carruagem </i>(com isso eu quero dizer: observando as <b>evidências</b> científicas)<i>, </i>é que independente de qual pareça ser o futuro da espécie humana; não vamos chegar lá. Não vai dar tempo.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
A edição especial publicada ontem na revista <a href="http://www.sciencemag.org/content/345/6195/392" target="_blank">Science (Vol 345, #6195)</a> chama-se <i>Vanishing Fauna</i>, e discute a crescente extinção de espécies causada pelo chamado 'Antropoceno'. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj04pCDZTwqs_tZ2KCt-PYHYzbEyCITwPzdWro3PmS1a2c0P7nczna5kL-YQybKA33FEO0L5IVmPiBMGnKI8RI7_2c3t1IFnG01FLnGrLaKhNC-EFH8OTAkWflCMmvCBZVCMJCs11BASew/s1600/10429251_10203310660584636_3993348952767994968_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj04pCDZTwqs_tZ2KCt-PYHYzbEyCITwPzdWro3PmS1a2c0P7nczna5kL-YQybKA33FEO0L5IVmPiBMGnKI8RI7_2c3t1IFnG01FLnGrLaKhNC-EFH8OTAkWflCMmvCBZVCMJCs11BASew/s1600/10429251_10203310660584636_3993348952767994968_n.jpg" height="400" width="313" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Antropoceno é a era geológica do homem. Atualmente vivemos no Holoceno, que começou por volta de 12 mil anos, após as últimas glaciações. No entanto, o impacto da humanidade no Planeta Terra é tão grande que se discute hoje uma época geológica própria para nós. A grande questão é que esses impactos estão diminuindo muito a riqueza da diversidade ao nosso redor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Extinções em massa são fenômenos naturais. É verdade. Mas pelo conhecimento que temos, essa parece ser a primeira vez que uma única espécie animal é responsável pelo fenômeno. </div>
<br />
Se você quiser detalhes, aqui está um dos artigos da Science de ontem. <a href="https://www.dropbox.com/s/e2ojmh0k0l9n90d/Defaunation%20in%20the%20Anthropocene.pdf" target="_blank">Clique aqui.</a><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Na minha opinião, o primeiro motivo pelo qual deveríamos pensar melhor em como manipular os recursos ao nosso redor seria por respeito a todas as espécies viventes na Terra. Dividimos todos o mesmo código genético, viemos todos do mesmo lugar, viemos do mesmo ancestral comum. Manipulando ferramentas ou construindo ninhos em árvores, todas as espécies vivas hoje em dia tiveram o mesmo sucesso. Embora com estratégias evolutivas diferentes, chegamos todos até aqui. Merecemos respeito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas tudo bem, digamos que você não se importe com essa "coisa de diversidade" e plantinhas bonitas. Então eu te digo: se você quiser ver o ser humano derivar (o comumente chamado de "evoluir"), se quiser ver a era dos seres humanos em computadores, vai ter que ajudar a diminuir o ritmo dessas extinções. Porque você pode ter certeza: vamos ficar sem comida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<b>ENGLISH VERSION</b><br />
<br />
Surely you have already heard it too: they say that our future is to live inside a computer. That we will do everything in the virtual world, that our bodies will be unnecessary.<br />
<br />
Is that our future?<br />
<br />
Well, I love computers. The evolution of RAM memory, making computers able to process data in an unimaginable speed, is what allows me to do my job: to assemble the genome of the Golden Mussel. If to live inside a computer could or not be our future, I can not guarantee. But if there's anything I can say, looking at the scientific evidence these days, is that regardless of what seems to be the future of the mankind; we will not get there. We won't have time enough.<br />
<br />
The special edition published yesterday in the journal Science (Vol. 345, # 6195) called Vanishing Fauna, discusses the growing extinction of species caused by the so-called 'Anthropocene'.<br />
<br />
The Anthropocene is the geological age of man. We currently live in the Holocene, which began around 12,000 years after the last glaciation. However, the impact of humanity on planet Earth is so big that today its discussed a geological time only for us. The great concern is that these impacts are so great that they are reducing the rich diversity around us.<br />
<br />
Mass extinctions are natural phenomena. It's true. But what the evidence shows is that this seems to be the first time that a single species is the one responsible for the phenomenon.<br />
<br />
If you want details, here is one of the Science papers from yesterday. <a href="https://www.dropbox.com/s/e2ojmh0k0l9n90d/Defaunation%20in%20the%20Anthropocene.pdf" target="_blank">Click here</a>.<br />
<br />
In my opinion, the first reason why we should think about how to handle the resources around us would be out of respect for all living species on Earth. We all share the same genetic code, we all come from the same place, we share the same ancestor. It doesn't matter if it is manipulating tools or building nests in trees: all living species today had the same evolutionary success. Although with different evolutionary strategies, we all got here. We all deserve respect.<br />
<br />
But okay, let's say you do not care about this "biodiversity thing". So I tell you: if you want to see humans evolve to something new, if you want to see the era of humans inside computers, you have to help lessen the pace of extinctions. Because you can be sure: we will run out of food.<br />
<br />Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-59147723363756574552014-07-14T18:14:00.001-07:002014-07-18T20:39:19.838-07:00O futebol pode ser mais que pão e circo / Football can be more <div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><br /></b>
<b><br /></b>
<b>HEY FOREING FRIEND! YOU CAN FIND A ENGLISH VERSION OF THIS TEXT JUST BELOW THIS PORTUGUESE ONE!!</b><br />
<br />
O ‘homem das cavernas’ ainda vive
em nós. Preocupado com a sua sobrevivência num mundo selvagem, nos primórdios
da humanidade, o ser humano se comportava de forma violenta e competitiva. No
entanto, nossa composição biológica nos garantiu muita matéria prima a ser
desenvolvida: com o passar do tempo fomos criando novas conexões neurais,
aprendemos a usar ferramentas, aprendemos a ensinar e desenvolvemos as línguas,
as culturas, as filosofias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O mundo cultural que criamos é
maravilhoso: mesmo sendo apenas uma pontinha do universo, conseguimos enxergar
ao nosso redor, somos conscientes da nossa presença no Planeta Terra e até exploramos
outras galáxias. Também criamos a agricultura e a medicina, e com isso
aumentamos exponencialmente nossa população na Terra, e também aumentamos nossa
longevidade. No entanto, <i>old habits die
hard*</i> e ainda somos uma espécie muito competitiva.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Se quisermos manter nossa cultura, nosso lado mais humano e social, teremos que usar os esportes como
nosso campo de batalha: enquanto sustentamos uma camisa e damos nossos gritos
de apoio, extravasamos nossa necessidade de competidores! Sorrimos, cantamos! <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Fora do campo esportivo, meu
amigo, se você for preconceituoso, você está fora de moda. E bem desinformado.
Pois a ciência já mostrou por A + B que somos todos, todinhos, iguais uns aos
outros. Nossos genomas são 99% idênticos: brasileiros, argentinos e alemães.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E palestinos e judeus. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nesse momento, no Oriente Médio,
há uma grave crise internacional: Israel bombardeia a Faixa de Gaza, afirmando
que os palestinos (na verdade, é só o grupo extremista Hamas) <a href="http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/06/israel-acusa-hamas-do-sequestro-de-tres-adolescentes.html" target="_blank">sequestraram e mataram 3 adolescentes israelenses</a>. Os
palestinos revidam. Eles não conseguem se entender. A briga entre israelenses e
palestinos já dura décadas, e é marcada por intolerância religiosa e violência.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas também pela presença de muita
gente perseverante que trabalha para mudar esse quadro. Meu amigo Aziz Abu Sarah, <i>explorer</i> da <i>National Geographic</i> e apaixonado por futebol, veio ao Brasil
apreciar a copa do mundo e também aprender um pouco sobre a nossa cultura.
Algum tempo atrás, <a href="http://video.nationalgeographic.com/video/news/140710-world-cup-soccer-aziz" target="_blank">Aziz promoveu um encontro no Oriente Médio entre crianças judias e palestinas, e os colocou para jogar uma pelada.</a> Clique <a href="http://video.nationalgeographic.com/video/news/140710-world-cup-soccer-aziz" target="_blank">aqui</a> e confira. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sensacional, não é mesmo? A
brincadeira, o futebol, colocaram todos eles em pé de igualdade. </div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn2Dfe3vhQlaOBGTm34Ow6t3WcJtCG6CeUEuM5I7JFmYffZLySseF1lD03iPCnlvLYiwXNp0-xem3zwXTfI0REGRThpXd34dr0fJXT21vgsdc4EO1e5VT5kWg4eTtWaxmZiWXQ4SKiQ0E/s1600/football+-+israel.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn2Dfe3vhQlaOBGTm34Ow6t3WcJtCG6CeUEuM5I7JFmYffZLySseF1lD03iPCnlvLYiwXNp0-xem3zwXTfI0REGRThpXd34dr0fJXT21vgsdc4EO1e5VT5kWg4eTtWaxmZiWXQ4SKiQ0E/s1600/football+-+israel.jpg" height="223" title="http://video.nationalgeographic.com/video/news/140710-world-cup-soccer-aziz" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E por que é que as pessoas se brigam mesmo? Eu gosto mesmo é de futebol! Podemos jogar juntos de novo na semana que vem?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b>Consideração final</b>: Esse texto não teve a intenção de
isentar o futebol brasileiro de seus problemas, nem de chamar a FIFA de empresa
mais filantrópica do universo. Aqui não é nem sobre a FIFA, nem a CBF, ambas
entidades que necessitam de reformas urgentes! Esse texto quis falar sobre tolerância. Quis falar que, o único jeito de nos tornarmos realmente aquele
bichinho civilizado que tanto dizemos que somos (mas que na verdade ainda não
somos), é deixando nossa violência e competitividade de lado. Não
conseguimos? É biológico? Que o esporte seja nossa válvula de escape! </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma banana pra você, Argentina!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Para entender mais sobre o conflito Israel e Palestina, veja a série Conflict Zone do Aziz, são apenas 4 vídeos de oito minutos cada. Clique <a href="https://www.youtube.com/watch?v=NyFjQhhLMr4&list=PLWQOVp4tuJtXLHWWHiOwYqREwHmbBDkb1" target="_blank">aqui</a>.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
* hábitos antigos custam a morrer.<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US"><b>The
'caveman' still lives in us. Worried about their survival in the wild, at the beginnings
of mankind, humans behaved violently and competitively. However, our biological
makeup assured us a lot of raw material to be developed: in the course of time
we were creating new neural connections, learning how to use tools, learning to
teach and so, we developed the languages, cultures, philosophies.<o:p></o:p></b></span><br />
<span lang="EN-US"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US"><b>The cultural
world men has created and where we live in now is wonderful: even though being only
organized star dust and a small fraction of the universe, men has the ability
to look and see their surroundings; we are aware of our presence in the
universe and we have even explored other galaxies. We also created agriculture
and medicine that exponentially increased our population on earth, and also
increased our longevity. </b></span><b>However, <i>old
habits die hard</i> and we are still a very competitive species.</b><br />
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US"><b>If we want
to maintain our culture, our most human and social side, we have to use sports
as our battlefield: while holding a shirt and supporting the players of our
team, we release a lot of energy. There, in the sports fields, we can compete.
And at the end, we go home smiling or shouting, but our differences end there. <o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US"><b><br /></b></span>
<span lang="EN-US"><b>Outside the
sports field, my friend, if you are prejudiced, you are out of fashion. And
just uninformed. Because science has shown that we are all equals: our genomes
are 99% identical; Brazilians, Argentines or Germans.<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US"><b>And
Palestinians and Jews. <o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US"><b>Right now,
in the Middle East, there is a serious international crisis: Israel is bombing
Gaza, claiming that Palestinians (in fact, just the extremist group Hamas) kidnapped
and killed three Israeli teenagers. Palestinians retaliated. They can’t get along.
The fight between Israelis and Palestinians has lasted decades, and is marked
by religious intolerance and violence. <o:p></o:p></b></span><br />
<span lang="EN-US"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US"><b>But also by
the presence of much persevering people working to change that. My friend Aziz
Abu Sarah, a National Geographic explorer and passionate about football, he
came to Brazil to enjoy the world cup and also to learn a bit about our
culture. Some time ago, Aziz has held a meeting between Jewish and Palestinian
children in the Middle East, and put them to play football. <a href="http://video.nationalgeographic.com/video/news/140710-world-cup-soccer-aziz" target="_blank">Click here and check. </a><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US"><b>Amazing, right?
When the football started they were all equals.</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US"><b>Final consideration:
This text didn’t have the intention to say Brazilian and international football
are not marked by serious problems. They are. This text is not about CBF
neither FIFA, both institutions that really need urgent reforms. These words
wanted to talk about tolerance and hope. If humans really want to be that ‘civilized
species’ as they like to call themselves, we have to leave this world of
violence and competition aside. We can’t? You say it’s biological? Ok: let use
the sports fields as our stage of competition! <o:p></o:p></b></span><br />
<span lang="EN-US"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US"><b>Speacking of that: try again in for years, Argentina!!<o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US"><b>To
understand more about the Israeli-Palestinian conflict, see the Conflict Zone by
Aziz series, four 8-minutes videos. <a href="https://www.youtube.com/watch?v=NyFjQhhLMr4&list=PLWQOVp4tuJtXLHWWHiOwYqREwHmbBDkb1" target="_blank">Click here</a>.</b><o:p></o:p></span></div>
</div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-48857012925907149802014-04-24T18:40:00.001-07:002014-04-25T02:15:42.294-07:00Dois dedos e um pouco de gelo num pequeno trago filosófico<br />
<h2 class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;">Até que ponto o homem está fadado a ser produto de sua época?</span></h2>
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: inherit;">Essa é ou não é uma das perguntas mais relevantes da contemporaneidade?
Via de regra, quando observo o comportamento das pessoas em um mundo onde a
informação está cada dia mais acessível, noto que mesmo assim, a maior parte delas
(ou de nós) se comporta de acordo com valores e preceitos apreendidos dos pais e familiares sem muito questionamento. Mas de onde tais regras e valores surgiram? Já parou pra
pensar nisso?<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: inherit;">Bertrand Russel, em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">História do
Pensamento Ocidental</i> (R$ 16,00 a versão Saraiva de Bolso) levanta a questão que
abre esse texto quando conta a história de Boécio, “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">notável pensador, de quem vida e obra apresentam agudo contraste com a
decadência geral da civilização da época</i>”.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: inherit;">A tal época a qual Russel se refere é a Idade Média, período em que a
filosofia estava confinada aos clérigos, onde o pensamento da Antiguidade, dos
filósofos gregos, havia momentaneamente desaparecido do meio dos homens comuns.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiHzINqU2QUo214KyrizPfC0l3yyXpFIHwfww0HKhH4pRy00bykmREEi3TDRN618d4S6c1MzzCvwrDNQUuk9iUPJMO2bxyQWKmgnQzaHGgKrGVa-SdhEzPO5stOMsau09Zvb4RJvP4BB4/s1600/consola.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiHzINqU2QUo214KyrizPfC0l3yyXpFIHwfww0HKhH4pRy00bykmREEi3TDRN618d4S6c1MzzCvwrDNQUuk9iUPJMO2bxyQWKmgnQzaHGgKrGVa-SdhEzPO5stOMsau09Zvb4RJvP4BB4/s1600/consola.jpg" height="320" width="201" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p>Figura: obra filosófica de Boécio, pensador que viveu por volta do ano 500 d.c., em Roma. </o:p></span><span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p>Embora fosse cristão, como a maioria das pessoas da época, seu cristianismo parecia não passar de nominal, uma vez que seu pensamento e obra sofreram mais influência dos pensadores gregos do que das especulações teológicas dos Padres.</o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
</div>
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: inherit;">A Boécio são conferidas as mais antigas traduções latinas dos escritos
de Aristóteles. Sua principal obra filosófica chama-se <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Consolação da filosofia</i>, que apresenta visões de deus e do pecado nem
um pouco ortodoxas e muito livres da teologia cristã. Os
pensamentos de Boécio em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Consolação</i> remontam
muito a Sócrates e Platão. *<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: inherit;">*A filosofia socrática é baseada toda no desinteresse pelos bens
terrenos; o seu maior interesse é na busca da virtude. O importante
precisamente é que devemos tentar a busca do conhecimento, e embora Sócrates sempre
afirmasse que nada sabia, não achava que a busca do conhecimento estava fora do
alcance dos homens. Sócrates sustentava que o que fazia um homem pecar era a
falta de conhecimento. Se soubesse, não pecaria. A causa dominante do mau era,
portanto, a ignorância. Assim, para se alcançar o bem é preciso ter
conhecimento. Logo, o Bem é conhecimento. Os pensamentos de Boécio, escritos
durante a Idade Média, seguem uma linha parecida.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: inherit;">Boécio sustentava tais convicções em uma era onde os tratados filosóficos da
Antiguidade grega estavam quase perdidos e a superstição e misticismo religiosos
dominavam as pessoas a tal ponto que só restava a pena de morte como herege para
quem não partilhasse dos ideais cristãos. <o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: inherit;">E num mundo cheio de dificuldades para o livre-pensar, Boécio recusou-se a ser um
completo produto de sua época.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: inherit;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><strong><span style="font-family: inherit;">Resta a pergunta: e nós, somos Boécios? Ou alguma outra coisa?</span></strong></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
</div>
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;">
</span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: inherit;">Com essa questão, não estou querendo descredibilizar as convicções e
os valores de cada um. Mas gostaria de chamar para a reflexão. Por exemplo: você
já parou pra pensar de onde vem a sua noção de o que represente uma família? E
as suas condutas de vida: casar ou não, ter filhos ou não, um trabalho estável
ou sair pelo mundo viajando. Já pensou sobre elas? De onde a organização social
na qual vivemos surgiu? E mais, será esta a única forma de organização social possível?
O que você quer é realmente o seu desejo? O que você acredita foi o que você
tomou como verdade pra si depois de observar várias verdades diferentes? Ou é
apenas o que a maioria têm como verdade?<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"></span><br />
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;">
</span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: inherit;">Indago isso porque as vezes considero que, mesmo num mundo cheio de
informação e liberdade, as pessoas ainda são cheias de superstições e
preconceitos (como ser humano que aprende, também não me excluo dessa história).
Na verdade, de repente é o excesso de informação o problemático: tem tanta
coisa pra se ler e aprender que ninguém mais sabe por onde começar!<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;">
</span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: inherit;">
</span></span></div>
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;">
</span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: inherit;">Mas por algum lugar devemos iniciar essa jornada! A disponibilidade de
informação livre e acessível (na internet, por exemplo) é uma riqueza sem
precedentes. E estar vivo nesse momento também é! Sócrates dizia que uma vida não
analisada não valia a pena ser vivida. Tendo a concordar 100% com ele nessa
afirmação. E como <a href="http://juliaback.com.br/the-blog/?lang=pt" target="_blank">escreveu</a> minha melhor amiga há algum tempo "<em>a superfície (de todas as coisas) é um tédio. O valor de cada informação se multiplica progressivamente quando você se aprofunda nelas. Eu acredito nisso. As coisas obviamente são mais gostosas quando é você mesmo quem mastiga". </em></span></span></span></div>
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;">
</span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: inherit;">
</span></span></div>
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;">
</span>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: inherit;">Acho que vale a pena você dar ouvidos àquela pulga que está atrás da sua
orelha, nem que seja pra se maravilhar e dar risadas por alguns minutos com
realidades nunca antes imaginadas e investigadas.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="mso-ansi-language: PT-BR;">
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">
</span></div>
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
</div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-52764398243453053762014-02-06T10:58:00.001-08:002014-02-07T18:46:50.658-08:00Determinismo biológico: há muito mais entre olhos azuis e castanhos do que codifica o seu vã DNA.<div style="text-align: justify;">
Essa semana estou cursando uma disciplina interessante aqui no Instituto de Biofísica da UFRJ. É sobre epigenética e está sendo ministrada pelo professor <a href="http://www.biology.northwestern.edu/igp/faculty/soares/" target="_blank">Marcelo Bento Soares</a>, um dos poucos brasileiros a estar envolvido com o sequenciamento da primeira versão do genoma humano. </div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o que é epigenética e o que ela tem a ver com determinismo biológico? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já vou explicar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Epigenética é um tópico fascinante! Tenho certeza que você já ouviu falar que o código genético, nosso DNA, determina nossas características e é uma junção de 50% de DNA do pai com 50% de DNA da mãe. Certo? Pois bem. Uma vez que tudo está escrito lá nos genes e somos uma união meio a meio entre o DNA de nosso pai e de nossa mãe, isso significa dizer que desde que nossa mãe escolheu mergir o DNA dela com o do nosso pai (fornicação!!!), ela determinou nossa constituição futura, certo?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Errado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Muito se sabe hoje em dia sobre a relação entre <b>estilo de vida, saúde e bem estar</b>. Se o DNA fosse o único determinante de nossa saúde ou doença, pessoas que tivessem genes para o desenvolvimento de certos cânceres SEMPRE apresentariam esse quadro, e esse seu perfil molecular não poderia ser chamada de <b>predisposição genética</b><i style="font-weight: bold;">, </i>mas sim de destino genético. Mas por que algumas pessoas desenvolvem os cânceres e outras não? Por que é uma predisposição e não uma determinante genética? Dentre as respostas, uma delas é a nossa herança epigenética.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Epigenética é toda uma série de padrões moleculares também herdáveis, mas que não representa mudanças diretas na sequência de letrinhas do DNA. Calma, vou explicar melhor. Imagine que o DNA seja uma longa fita métrica. Agora imagine alguns cliques fixados em diferente locais dessa fita métrica. Assim como quando prendem papéis, os cliques podem ser colocados e tirados da fita métrica sem danificá-la. Assim também é nossa herança epigenética. Biologicamente falando, as heranças epigenéticas mais conhecidas envolvem a metilação de algumas regiões do genoma, chamadas ilhas CpG, ou modificações de proteínas histonas. Essas modificações bioquímicas são <b>reversíveis</b>: os clipes podem ser colocados e tirados de acordo com nossos hábitos de vida. E pra finalizar, herdamos o posicionamento dos clipes no DNA presente nos espermatozóides e óvulos dos nossos pais.<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7zBjvzgmNADknNEmC9CzV8SUOxCpQOLNWijFamDYSDlXAqO2LWSHij8IL4IfEEAmUjZPCdrOwmsj7079kKzXpUkvl1-y9A7Clyh6aGbpZSIVOjopEOdB7uccIccUY6pJteqp1Kutxpsw/s1600/fitametrica-clipe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7zBjvzgmNADknNEmC9CzV8SUOxCpQOLNWijFamDYSDlXAqO2LWSHij8IL4IfEEAmUjZPCdrOwmsj7079kKzXpUkvl1-y9A7Clyh6aGbpZSIVOjopEOdB7uccIccUY6pJteqp1Kutxpsw/s1600/fitametrica-clipe.jpg" height="277" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Figura 1: A herança epigenética seria como clipes em uma fita métrica (que representaria o DNA). Ao longo do desenvolvimento e da vida esses clipes podem ser posicionados em diferentes lugares da fita, sem alterar o código expresso por ela. Os clipes presentes no DNA das células reprodutivas dos nossos pais biológicos serão herdados por nós. </i><br />
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esses clipes em locais diferentes, se presentes ou não, irão influenciar na expressão de diferentes genes e também na estabilidade do DNA. <b>As modificações no padrão epigenético influenciam uma série de questões que vão desde obesidade até comportamento agressivo ou violento.</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um estudo fascinante publicado na <a href="http://www.nature.com/neuro/journal/v7/n8/pdf/nn1276.pdf" target="_blank">Nature Neurosciences em 2004</a> mostrou a relação entre o comportamento afetivo de camundongos fêmea com os futuros comportamentos de seus filhotes.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os filhotes que eram bem tratados na primeira semana de vida (licking and grooming behavior) apresentavam uma vida adulta muito menos estressada, e também tratavam bem seus futuros filhotes. Os filhotes que, por outro lado, não eram bem tratados na infância eram mais susceptíveis a estresses e não tratavam bem seus filhotes futuros. Tudo isso estava relacionado a metilação (padrão epigenético) de uma parte do genoma que promove a expressão de um gene ligado a estresse, chamado GR (receptor glucocorticóide).<br />
<br />
Resumindo: o comportamento positivo da fêmea influenciava positivamente o futuro dos seus filhotes. Do mesmo modo que filhotes que não eram bem tratados na infância tinham futuros menos positivos; eram mais estressados e não tratavam bem seus filhotes. E tudo isso estava relacionado com o padrão epigenético das células tanta de fêmeas quanto de filhotes!<br />
<br />
E agora preste atenção: mesmo <b>camundongos adotados</b> - que então não tinham a mesma herança genética da mãe - que eram expostos ao bom tratamento da mãe adotiva também eram menos estressados no futuro e <b>apresentam comportamento carinhoso</b>! E camundongos filhos da mãe carinhosa - que tinham, então, a mesma constituição genética da mãe carinhosa - que eram afastados dela e criados por mães não-carinhosas apresentavam comportamento não-carinho na vida adulta!<br />
<br />
Ou seja? <b>Não era o padrão genético </b>que estava determinando se o camundonguinho seria carinhoso ou não no futuro, <b>mas sim a sua experiência de vida</b> que influenciava no seu padrão epigenético.<br />
<br />
O que isso nos mostra claramente? Que <b>nosso DNA </b>pode nos impor alguns limites - se tivermos um gene para câncer teremos maior probabilidade de ter câncer - mas <b>ele não é determinante</b>. Nossas experiências de vida influenciam, pois são elas que vão estabelecer nosso padrão epigenético, que é plástico e mutável.<br />
<br />
Os epigenomas e genomas apresentam padrões complexos, que mudam de perfil de acordo com diferentes células e diferentes tecidos. Por isso, você tem que ter paciência com os cientistas que fazem o melhor possível para entender esses padrões, e não pode ficar bravo quando eles falarem e <i>disfalarem</i> mil vezes que você deve comer ovo.<br />
<br />
No entanto, estudos sérios, publicados nas melhores revistas científicas, tem mostrado <b>uma relação extremamente forte entre atividade física, dietas vegetarianas, meditação e saúde mental e física</b>.<br />
<br />
Pra finalizar e salientar, a ciência mostra cada dia mais que embora nosso código genético seja impreterivelmente a junção do DNA de nossa mãe e pai biológico, a gente faz 'o que bem entender' com a expressão dos genes de acordo com nossas escolhas diárias.<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg78wh3tQ6kjeWbW1mMbKRDYvBNi0-_NEY7Fs_6MnmEDZF6UvZERpRv3jZSmOoWBPnzeXeCXbtXUiPv8NuK6LpBL0tbwTz1p9oQM2vkrWJa2NGVRQGY5pghPXoRCsWSv7gLQWq82piIIgM/s1600/soares.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg78wh3tQ6kjeWbW1mMbKRDYvBNi0-_NEY7Fs_6MnmEDZF6UvZERpRv3jZSmOoWBPnzeXeCXbtXUiPv8NuK6LpBL0tbwTz1p9oQM2vkrWJa2NGVRQGY5pghPXoRCsWSv7gLQWq82piIIgM/s1600/soares.jpg" height="200" width="133" /></a><br />
Nas palavras do professor Marcelo:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
"You are what you eat.</div>
<div style="text-align: justify;">
You are what you do.</div>
<div style="text-align: justify;">
You are what you experience" </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br />
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<br />
<br />
E isso é a ciência falando. Não é nenhum guru de auto-ajuda! Se você era cético quanto as vantagens do bem viver, esqueça; agora você não tem mais desculpa <b>determinista</b> ("vou morrer do coração mesmo porque toda minha família morreu!!!") pra não viver ou deixar viver.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Referência:<br />
<strong style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; text-align: start;">Epigenetic programming by maternal behavior.</strong><span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; text-align: start;"> </span><span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; text-align: start;">/ Weaver, I C G ; Cervoni, N ; Champagne, F A ; D'Alessio, A C ; Sharma, S</span><span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; text-align: start;"> </span><span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; text-align: start;">; Seckl, J R</span><span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; text-align: start;"> </span><span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; text-align: start;">; Dymov, S ; Szyf, M ; Meaney, M J .</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; text-align: start;">In: </span><span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; text-align: start;">Nature Neuroscience</span><span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; text-align: start;">, Vol. 7, No. 8, 08.2004, p. 847-854.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; text-align: start;"><br /></span>
<span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; text-align: start;"><br /></span>
Obs: há muitos e muitos artigos científicos sobre hábito de vida e epigenética para as mais diversas áreas: atividade física, depressão, obesidade e etc. Se você tiver a referência mas não conseguir acessar o trabalho por algum motivo, pode escrever pra mim que farei o melhor possível para repassar.<br />
<span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; text-align: start;"><br /></span>
<span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; text-align: start;"><br /></span>
<span style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; text-align: start;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-24782838430593974282014-01-13T08:54:00.001-08:002014-01-13T15:36:09.967-08:00Com quantas letras A,C,T,G se escreve um genoma de mexilhão?<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O mexilhão dourado é uma praga. E
nós queremos estudar a sua genética para entendê-lo e combatê-lo. D<span style="font-family: inherit;">esde o fim
do <a href="http://www.catarse.me/genoma" target="_blank">financiamento coletivo</a>, onde arrecadamos mais de R$40 mil, estamos fazendo
isso!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Todo mundo já sabe que o DNA é o
código da vida presente em todos os seres vivos: desde os vírus e bactérias até
os ser</span>es humanos (com a exceção de alguns vírus, que tem RNA como material
genético). Esse código é formado essencialmente pela sucessão de quatro
letrinhas que formam pares e são na verdade a representação simplificada de
nucleotídeos: os A,C,T e Gs do código genético.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nessas letrinhas está contida toda
a informação necessária para a construção e processamento das proteínas, que
são os blocos de construção do nosso corpo; são os nossos tijolos. Nem todo o
DNA é formado de tijolos, na verdade, eles representam apenas uma pequena
porção de todo o código. Tem muito cimento codificado no DNA também, que
auxilia na estruturação de todos esses tijolos. E muito DNA ainda não possui
função esclarecida: talvez seja apenas a nossa ciência ignorante que não saiba
para o que ele serve, mas ele também pode não servir pra nada!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
De qualquer forma, o primeiro
passo para estudar todas as letrinhas do genoma de uma determinada espécie, no
nosso caso do mexilhão dourado, é estimar quantas elas são: quantas letrinhas
em sucessão presentes nos diversos cromossomos da espécie são necessárias para
construir um mexilhão dourado?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Uma forma científica de fazer
isso é comparando a quantidade de DNA presente no núcleo do mexilhão com a
quantidade de DNA presente no núcleo das células de outras espécies as quais já
conhecemos o tamanho do genoma, por exemplo, os seres humanos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 115%;">E
foi exatamente esse experimento que desenvolvemos: através de várias técnicas
de biologia molecular nós coramos o material nuclear de ambas as
espécies, mexilhão dourado e humanos, e um instrumento chamado citômetro de fluxo mediu a
fluorescência do corante que tingiu o DNA celular. No núcleo da célula este
corante se liga apenas ao DNA e proporcionalmente, dessa forma, o sinal da
fluorescência é confiável (se você for cientista e quiser detalhes do
protocolo, acesse nosso protocolo </span><i style="line-height: 115%;">online</i><span style="line-height: 115%;">
em </span></span><span style="line-height: 18px;"><a href="http://goo.gl/9eulBB">http://goo.gl/9eulBB</a></span><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nós já sabemos que o genoma
humano possui 3 bilhões de letrinhas. O pico de fluorescência do genoma do
mexilhão dourado é 3,8 vezes menor que o pico de fluorescência das células
humanas. Isso significa que o genoma de <i>L.
fortunei</i> é 3,8 vezes menor que o dos humanos e possui em torno de 800
milhões de letrinhas! É letrinha pra caramba!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 115%;">C</span><span style="line-height: 115%;">omo
podemos ver, o genoma do mexilhão dourado é muito menor que o humano. Parece
lógico, não é? Uma vez que os seres humanos são mais derivados (não é complexo,
é derivado o termo correto!) que os mexilhões! Mas não é tão lógico assim não:
depois que muitos genomas foram sequenciados ficou claro que o tamanho do
genoma não está relacionado à complexidade do organismo. Por exemplo, o maior
genoma conhecido na natureza pertence a uma planta, chamada <i>Paris japonica</i> que possui 15% de DNA a
mais que o antigo recordista, que adivinha quem era? Um peixe! Nada de ser
humano! (reportagem: </span></span><span style="line-height: 18px;"><a href="http://goo.gl/CDiIDR">http://goo.gl/CDiIDR</a></span><span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="line-height: 115%;">.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Como falei anteriormente, os
genomas são uma mistura de produtores de cimento, tijolos, argamassa, rejunte e
todos os ingredientes necessários para se fazer uma casa. Mas no fim das
contas, somente mudando a proporção desses ingredientes, não necessariamente
adicionando ingredientes mais requintados, conseguimos construir muitas casas
diferentes. E é por isso que o tamanho do genoma não tem necessariamente relação com sua complexidade. O que influencia na complexidade é o modo como cada genoma se
expressa para formar cada espécie diferente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Agora que já determinamos que
precisamos montar 800 milhões de letrinhas para formar um genoma, temos muito
trabalho pela frente! Vamos usar o dinheiro arrecado com o financiamento no
catarse para fazer o sequenciamento; determinar a sucessão dessas letrinhas.
Após isto, a bioinformática entra em cena e montaremos os genes que serão
nomeados em homenagem aos colaboradores! Mexilhão dourado, você não perde por
esperar: vamos desvendar o seu código!!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnq0voFZO_6I3a7ZF0VHqXeU6gligXhyphenhyphenMLhS_KdQZ6U8bYEg3FzoMvPr8uRN4y7GpbCHrfFeSsSyhseHjtPSDhNpvfocQWQd-QqTSMyaOGfljIfyVNBtrVvQgkHtaL6NL6ekgGXIP3uaU/s1600/genome+as+a+puzzle.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="428" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnq0voFZO_6I3a7ZF0VHqXeU6gligXhyphenhyphenMLhS_KdQZ6U8bYEg3FzoMvPr8uRN4y7GpbCHrfFeSsSyhseHjtPSDhNpvfocQWQd-QqTSMyaOGfljIfyVNBtrVvQgkHtaL6NL6ekgGXIP3uaU/s640/genome+as+a+puzzle.png" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: x-small;">Esta figura mostra a dificuldade que os cientistas tiveram, e continuam tendo, para decifrar os genomas. Sequenciar as letrinhas é só a primeira parte, o mais desafiador é montar e entender as proporções dos diferentes ingredientes que formam a casa de cada espécie! </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-45389489189562209202013-12-22T10:51:00.001-08:002013-12-22T10:56:37.631-08:00Terminei de ler - O Polegar do Panda.<div style="text-align: justify;">
"<i>Quando eu tinha quatro anos, queria ser um coletor de lixo. Adorava o barulho das latas e o ruído do compressor; pensava que todo o lixo de Nova Iorque poderia ser comprimido num único e espaçoso caminhão. Então, quando eu estava com 5 anos de idade, meu pai levou-me para ver o <u>Tyranossaurus</u> no Museu Americano de História Natural. Quando nos encontrávamos na frente da fera, um homem espirrou; estremeci e preparei-me para rezar meu 'Shema Yisrael'. Mas o grande animal manteve-se imóvel em toda a sua grandeza óssea e, assim que saímos, anunciei que seria paleontólogo quando crescesse."</i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De onde vieram os seres pluricelulares? O cérebro das mulheres é menor que o dos homens? Eram os dinossauros estúpidos? Para que serve o polegar do panda?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ao longo de 31 ensaios, Stephen Jay Gould consegue entreter qualquer pessoa que seja minimamente interessada em saber sobre "coisas". Sobre tudo. É inspirador ler as palavras de Jay Gould pelo conteúdo rico que elas contém, mas também pela inspiração que a vida deste paleontólogo pode nos proporcionar: uma vida em busca da verdade científica norteada pela razão e pelo maravilhamento pelas questões biológicas sem resposta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Embora tenha sido escrito na década de 1970, o livro de Jay Gould não está ultrapassado. Muito pelo contrário: ele instiga ao desejo da descoberta. Muitas das questões levantadas por ele já foram respondidas nas últimas décadas a partir da análise de DNA. Ao final de cada ensaio, entrei neste canal maravilhoso de informação que é a internet, e fui atrás de cada uma dessas respostas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-kOzeJ-0SfXH6yTmSk5PRgCC8R7yoO_puKP2Pg4ZCXvtZ9CJvTCZWFWTgEeDuUR3VO5ggMCIwpFATDZPRJHFfXGABdlDPfgX1QWeeCT4WG2tfYL2TY8Q7Cp2FFEJo2hwyezyQkOdWZkk/s1600/1024px-Archaeopteryx_lithographica_(Berlin_specimen).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-kOzeJ-0SfXH6yTmSk5PRgCC8R7yoO_puKP2Pg4ZCXvtZ9CJvTCZWFWTgEeDuUR3VO5ggMCIwpFATDZPRJHFfXGABdlDPfgX1QWeeCT4WG2tfYL2TY8Q7Cp2FFEJo2hwyezyQkOdWZkk/s400/1024px-Archaeopteryx_lithographica_(Berlin_specimen).jpg" width="295" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Archaeoropteryx litographica </span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Afinal, de onde vieram os dinossauros? Na década de 1970, uma das questões paleontológicas mais discutidas se referia ao parentesco dos dinossauros e das aves. Eram os dinossauros répteis gigantes ou animais de sangue quente? Dessa forma, eram as aves os dinossauros remanescentes? Ou esses magníficos animais voadores com os quais partilhamos o mundo vieram de um ramo da vida não compartilhado com os dinossauros?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje, 4 décadas mais tarde, os cientistas já recolheram informações suficientes para determinar com confiabilidade qual é o parentesco entre aves e dinossauros. Você sabe qual é?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijJUeqvxTdJc4-GpuWyVEg_KtfZbD1dDb6BBBgVtadyTA_4DGu_VkA5PAY2wYg06fv2Eotsht1T1Oxh-_wuhO8sbiGUvu6NU6uTiiTeT-MoAfQ8RO-JDzhi4l36K3bv9jAuYafb9zpW3Q/s1600/CAM00251.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijJUeqvxTdJc4-GpuWyVEg_KtfZbD1dDb6BBBgVtadyTA_4DGu_VkA5PAY2wYg06fv2Eotsht1T1Oxh-_wuhO8sbiGUvu6NU6uTiiTeT-MoAfQ8RO-JDzhi4l36K3bv9jAuYafb9zpW3Q/s400/CAM00251.jpg" width="300" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Muito mais do que me permitir aprender e agregar questões biológicas valiosíssimas, o livro de Jay Gould me relembrou que o que nos move na vida é o desejo. Nesse caso específico, o desejo da descoberta. A vida não é se não um sem fim de insatisfação, porque não podemos saber tudo, e é esse desconforto o que nos move pra frente. E é a vontade de melhorar o que nos move. O desejo nos impulsiona: a fazer mais, a querer mais, a demandar um mundo melhor, a sermos menos fatalistas e mais ativos e curiosos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para se inspirar em 2014, Stephen Jay Gould.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-37550585807177816662013-11-23T12:25:00.001-08:002013-11-23T12:25:50.031-08:00Terminei de ler: "Queda de gigantes"<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Resolvi inaugurar no blog a
sessão ‘Terminei de ler’. A maior parte, se não todos, os textos desse blog são
baseados em questões sobre as quais refleti ao final da leitura de algum livro,
é claro. Já escrevi sobre um dos meus livros preferidos “O mundo assombrado
pelos demônios” diversas vezes, e ainda preciso apresentar uma resenha do
espetacular “Andar do bêbado”. Talvez faça isso agora a partir dessa sessão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A diferença dela é que é mais direta:
hoje gostaria de recomendar o livro do Ken Follet chamado ‘Queda de Gigantes’.
Este é o primeiro livro da trilogia ‘O Século’. Ele não é um livro científico,
ou sobre ciência. É um livro de história. Mas quem falou que a ciência não está
baseada e é totalmente dependente dos fatos históricos? O que dizer sobre o ‘Projeto
Manhattan’, que finalizou com a produção da bomba atômica que acabou com a II
Guerra Mundial?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas afinal, porque os homens
fazem guerras? Por que os soldados vão pra linha de frente defender o interesse
dos países e das alianças em vez de pensar nos seus próprios interesses? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Para entender essas questões, que
parecem tão distantes dos civis das américas ou Europa do século XXI, recomendo
fortemente a leitura desse romance histórico. Vale a pena como leitura de
lazer. Vale a pena como contextualizador histórico deste século gelado.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ken Follet contratou <a href="http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2012/02/24/queda-de-gigantes-primeiro-livro-da-trilogia-o-seculo/" target="_blank">oito consultores históricos</a> para escrever a trilogia. Meia dúzia de editores e
agentes literários leram as primeiras versões do manuscrito. O segundo livro já
está encomendando, aguardo-o ansiosamente.<o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrMYIDBoGDSBE-kyJeNCV__cOGBkK05ujy_ftnlnsTxv75AjNiuj7j0SH-miu7XQ_bJmFvQPfq_HfVizOsLIs3jSsR3SdoIE26rzMltLs2PgwIhf105S6RuBlS5L-H79iLl1lJCffYycs/s1600/queda-de-gigantes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrMYIDBoGDSBE-kyJeNCV__cOGBkK05ujy_ftnlnsTxv75AjNiuj7j0SH-miu7XQ_bJmFvQPfq_HfVizOsLIs3jSsR3SdoIE26rzMltLs2PgwIhf105S6RuBlS5L-H79iLl1lJCffYycs/s320/queda-de-gigantes.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>1920<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>“ O exército francês ocuparia a
região de fronteira Renânia durante 15 anos. A região do Saar se tornaria um
protetorado da Liga das Nações, sendo que os franceses controlariam as minas de
carvão locais. A Alsácia e a Lorena seriam devolvidas à França sem plebiscito:
o governo francês temia que a população decidisse permanecer alemã. O novo
Estado polonês ficaria tão grande que passaria a incluir os lares de três
milhões de alemães e as minas de carvão da Silésia. A Alemanha perderia todas
as suas colônias: os Aliados as haviam distribuído entre si como ladrões
dividindo um butim. E os alemães seriam forçados a aceitar o pagamento de
reparações de valor indeterminado – em outras palavras, teriam que assinar um
cheque em branco.... O artigo do tratado dizia: “Os Governos Aliados e
Associados afirmam, e a Alemanha aceita, a responsabilidade da Alemanha e de
seus aliados por todas as perdas e danos os quais os Governos Aliados e
Associados, bem como seus respectivos cidadãos, foram submetidos em
consequência da guerra a eles imposta pela agressão da Alemanha e seus aliados."</i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>Nos Estados Unidos.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Você quer ter filhos? –
perguntou Gus.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Sim!<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Eu também. Espero que o presidente
Wilson não esteja certo. Segundo ele, nossos filhos vão lutar em outra guerra
mundial.</i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Que Deus nos livre!!</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>...</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>O filósofo Bertrand Russell
visitou a Rússia naquele ano e escreveu um livro curto, chamado <u>Teoria e prática do bolchevismo</u>. Russell atacava os bolcheviques não por terem ideais errados, mas por terem ideais
certos e não conseguirem coloca-los em prática.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Isso não quer dizer que esteja
errado. Russel é socialista. A acusação dele é que os bolcheviques não estão
implementando o socialismo.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Não se pode fazer um omelete
sem quebrar os ovos. – afirmou seu marido, líder do sindicato dos Trabalhadores
da Grã Bretanha. </i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>...</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Nosso governo alemão nos traiu –
disse seu pai.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Isso é o que o senhor acha.
Mais e daí? Nos Estados Unidos, quando os republicanos venceram as últimas
eleições, os democratas não se amotinaram!<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Os Estados Unidos não estão
sendo arruinados por bolcheviques e judeus.<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>- Se o senhor está preocupado com
os bolcheviques, então diga às pessoas para não votarem neles. E que obsessão é
essa com os judeus?<o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i>...</i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-22748644135944824572013-11-02T12:00:00.000-07:002013-11-02T12:00:44.447-07:00A cola do mexilhão colou meu estômago?<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mesmo depois do sucesso do
<a href="http://www.catarse.me/genoma" target="_blank">Crowdfunding do mexilhão dourado</a>, e com o trabalho em andamento no laboratório,
continuo recebendo e-mails com perguntas e dúvidas a respeito da invasão de <i>L. fortunei</i> (esse é o mexilhão dourado!)
na América do Sul. Nas últimas semanas recebi dois e-mais interessantes, que
resolvi compartilhar aqui no blog, porque podem ser dúvidas que outras pessoas
também tenham. Peço desculpas aos autores das questões pela demora, mas em
virtude de alguns <i>deadlines</i> e
principalmente por motivo de saúde, só consegui sentar no computador e parar
pra responder nesse momento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
As primeiras
questões: <b>Minha maior duvida é, se ele veio da China, como
lidaram com o problema por lá? (imagino que comeram todos, como fazem com tudo
por lá). Por que o mexilhão dourado não é comestível?<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<i>Pois bem! A resposta para a primeira
das perguntas é a seguinte: a grande questão é que na China ele não é um
invasor! Lá ele é uma espécie nativa. As águas doces asiáticas são diferentes
das sul-americanas, lá ele possui predadores naturais, e está em
equilíbrio com o ecossistema. Por isso, na Ásia o mexilhão dourado não se
reproduz exacerbadamente como ele faz aqui na América do Sul. </i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<i>Algumas vezes, quando esse ambiente
natural muda, algumas espécies, mesmo nativas, podem sim predominar em
detrimento de outras mesmo no seu local natural. Mas não é o caso para o
mexilhão dourado na Ásia nesse momento. <o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<i>E será que os chineses comeram todos os
mexilhões dourados? Tenho que concordar com você que eles comem tudo por lá
mesmo! Mas acredite: nem os chineses comem ele! Uau! E por que? Simplesmente
porque ele tem um gosto muito ruim! Simples assim! Em algumas plantas já são
bem conhecidas algumas estratégias contra a predação por insetos herbívoros,
como a produção de tanino e fenol ou o aumento da quantidade de espinhos. <u>Fica
a questão: será que o ‘mau gosto’, a falta de sabor do mexilhão dourado é uma adaptação
anti-predação e que, garante ainda mais o seu sucesso como invasor? Questão boa
para se investigar!</u></i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<i><u><br /></u></i></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
A questão do segundo e-mail (não era
bem uma questão, era mais um pedido INDIGNADO de resposta!): <b>Sei
o quanto você deve ser ocupada, mas não se esqueça de mim! Por favor!!! Aguardo
ansiosamente pelas respostas que fiz há uns 3 e-mails atrás, sobre a substância
que o mexilhão usa para se grudar nas superfícies!</b><span class="apple-converted-space"><span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: 'Lucida Console'; font-size: 9pt; line-height: 115%;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; font-family: 'Lucida Console'; font-size: 9pt; line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><i>Leitor,
desculpe a demora em responder você! Aqui está sua resposta: a substância que o
mexilhão usar para se fixar chama-se bisso,
e é secretada pela glândula do pé. Sim! Os mexilhões tem pé sim! Dê uma olhada
no bisso secretado pelo mexilhão
marinho Perna perna na figura abaixo.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><i><br /></i></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizwA5aaKSxNRIqyKT5UxyuECxXn89tk_ddeiMWz-BhDws5wwsvywewmz1w8CnKIBA0YNp2eqoFZdDetyhrvlfFUR8JBdpbNkcjOr-XMADQ0zCYrmSioJTd2tOs2m9wowI2lniV7q9wzxE/s1600/400px-mytilus_with_byssus.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizwA5aaKSxNRIqyKT5UxyuECxXn89tk_ddeiMWz-BhDws5wwsvywewmz1w8CnKIBA0YNp2eqoFZdDetyhrvlfFUR8JBdpbNkcjOr-XMADQ0zCYrmSioJTd2tOs2m9wowI2lniV7q9wzxE/s320/400px-mytilus_with_byssus.jpg" width="213" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
Mexilhão <i>P. perna</i> fixo em substrato através do bisso. </div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
Foto por Milla Zinkova</div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><i><br /></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><i>Essa
estrutura, que é parecida com um cabelo muito resistente, é formada por um
conjunto de cerca de 30 proteínas (que, quando sequenciadas, serão batizadas
com o nome dos nossos colaboradores do <a href="http://www.catarse.me/genoma" target="_blank">Catarse!</a>). Estudos mostram que o bisso pode ser até 30 vezes mais
resistentes que os tendões humanos! E alguns pesquisadores já investigam a
formação de suas placas adesivas na intenção de desenvolver uma cola para materiais
molhados. Demais, né? Lembrando que esses estudos estão sendo feitos com bissos secretados por outros mexilhões,
pois essa é uma característica comum a essa família, e não é exclusividade do
mexilhão dourado.<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><i>
</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space">Lembrando
que apesar da falta de tempo, me sinto muito feliz em receber e-mails com
dúvidas e questões interessantes, e pretendo responde-los sempre que possível.
No mais, volto agora para o descanso seguido da missão de cumprir meus <i>deadlines</i>. Ontem fui a um médico que me
diagnosticou com ‘gastrite nervosa’. Embora seja um diagnóstico duvidoso, ele
pode ter seu sentido. Fui, como sempre, dar uma investigada na ‘doença’ e
encontrei um dado interessante: a gastrite nervosa acomete preferencialmente
mulheres jovens. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space">Hum...
Pausa para reflexão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<span class="apple-converted-space">Não sei exatamente
qual estatística o tal site usou para chegar a essa conclusão, mas deve ter
sido a prevalência de casos em mulheres jovens em um determinado consultório
médico, ou em vários. Fiquei pensando que de repente faz sentido, por dois
motivos: primeiro porque nós mulheres somos umas histéricas-sentimentais-ansiosas!
Não fiquem brabas comigo meninas, mas não tem jeito: nosso gênero ganha no
quesito drama e na necessidade de prever todo o futuro em apenas dez minutos!
Mas nesse momento, não achava que esse era o meu caso. Achava que estava mais
para o segundo motivo: essa vida louca, maravilhosa, cheia de liberdade mas
também cheia de responsabilidades que vivemos hoje no século XXI! Mas disso os
homens jovens, apaixonados e comprometidos com seu futuro (e com o futuro do
mundo) também sofrem! De qualquer forma, pra mim alguma lição ficou: não
adianta adorar o trabalho mas comer miojo pra compensar as horas gastas ruminando
na internet. É preciso aumentar o volume da eficiência, diminuir o da cobrança,
aumentar a quantidade de horas a contemplar o teto e levar a vida leve. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
Referências:</div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
- Aoyama & Labinas, 2012: Características estruturais das plantas contra a herbivoria por insetos. <a href="http://www.conhecer.org.br/enciclop/2012b/ciencias%20agrarias/caracteristicas%20estruturais.pdf">http://www.conhecer.org.br/enciclop/2012b/ciencias%20agrarias/caracteristicas%20estruturais.pdf</a></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; text-align: justify;">
- Juliana Américo - Cola de mexilhão. <a href="http://labioma.wordpress.com/2011/12/07/o-que-e-que-o-mexilhao-tem/">http://labioma.wordpress.com/2011/12/07/o-que-e-que-o-mexilhao-tem/</a></div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-16976599915918984742013-10-21T17:12:00.000-07:002013-10-23T05:14:33.184-07:00Sobre beagles e imperfeição científica<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Já li vários textos muito bons
sobre a polêmica do rapto dos cachorros beagles do Instituto Royal, e eu podia
só vir aqui e colar vários links para esses textos. Mas resolvi acrescentar
apenas uma questão que parece que as pessoas não entendem. <b>ANTES DE VOCÊ PENSAR
QUE É CRUEL FAZER TESTES EM BEAGLES EU TE DIGO: O CIENTISTA QUE FAZ JÁ PENSOU
NISSO.</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Primeiro gostaria de afirmar o
quanto acho válida e sinto orgulho dessa discussão toda: o mundo já passou por
épocas tão obscuras, onde os seres humanos eram diferenciados uns dos outros
por serem negros ou brancos, ciganos, católicos ou judeus. Isso levou a
genocídios muito bem conhecidos por nós, como durante a escravidão na
colonização das Américas e o holocausto. Mas isso mudou: junto com questões
político-sociais, também a ciência, ao final do século XX e início do século
XXI provou, a partir do sequenciamento e montagem do genoma humano, que somos
todos iguais! Que não há diferença alguma na nossa essência. Pois bem. A partir
de toda essa revolução para a dignidade humana terminamos aqui hoje: discutindo
a vida de beagles. Eles são cachorros. Isso não é demais? Estamos nos aperfeiçoando
como seres humanos. Estamos indo em direção ao mundo mais ideal... Fico muito
feliz!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A partir disso, infelizmente,
tenho uma má notícia: não temos atualmente maneira alguma de substituirmos 100%
das experimentações animais. Não temos. Pode acreditar em mim. Eu não sou
jornalista. Sou cientista. Bióloga. Trabalho na área.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Isso, é claro, não significa que
tenhamos que ficar de braços cruzados. Mas posso te garantir algumas coisas: quando
tu sentires dor ao ver um Beagle sofrer, UM CIENTISTA ANTES DE TI JÁ SENTIU
PIOR. Quando pensares que podemos testar <i>in
vitro</i>, inventar um jeito novo de fazer, UM CIENTISTA JÁ PENSOU ANTES DE TI EM
TUDO ISSO, E ELE JÁ ESTÁ TESTANTO! Quando pensares que a questão é dinheiro,
que usar protótipos é caro demais, eu te garanto: BIOTÉRIOS ANIMAIS CUSTAM
MUITO DINHEIRO, E OS PROTÓTIPOS NÃO SUBSTITUEM EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL.
Infelizmente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Infelizmente. É o que pensam
todos os cientistas que eu conheço que trabalham com animais quando pensam
sobre o assunto. Todos.<br />
<br />
Eu, por exemplo, estou escrevendo esse texto porque eu me importo. Precisava me posicionar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Entendam uma coisa: os cientistas
são seres humanos, não estou dizendo que a ciência não pode ser usada para a
maldade. Estão aí os exemplos de ciência nazista que não nos deixam enganar. Mas
posso garantir outra coisa: a ESMAGADORA maioria da ciência feita no mundo até
hoje já salvou MUITO mais vidas do que as guerras tiraram, ou do que as mortes
de animais que ocorrem hoje em dia. Para dar dois exemplos devastadores: vacinas
e antibióticos. Pronto. A varíola não existe mais no mundo, ninguém morre de
uma infecção bacteriana qualquer.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas não digo, e nunca direi, para
deixarmos de buscar o mundo ideal. Primeiro: vamos todos virar vegetarianos (todo
mundo que está xingando os cientistas já é, certo? Se não, há uma séria disparidade de ideias aí). Estou falando sério. Ou pelo menos, vamos parar de jogar fora
aquele pedaço de carne duro que ficou no prato, vamos parar de consumir carne
todos os dias... Há vários problemas na indústria de carnes e laticínios, e o
pior deles é sustentado pela nossa vontade de não comer aquela carnezinha ‘ruim’
(ao mesmo tempo que milhares de pessoas morrem de fome, e toneladas de carne
são jogadas fora todos os dias).</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas pra finalizar e dar minha contribuição, dou uma dica para os não-cientistas. Se quiserem protestar <b>com
razão</b> perante os cientistas, pressionem para que eles parem de fazer tanta
pesquisa repetitiva. Porque isso de fato acontece: testes da mesma droga em
modelos muito parecidos, concentrações que nunca vão ser usadas e etc. Ou mesmo, para que aulas de fisiologia sejam gravadas, e os vídeos transmitidos. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Estou
com vocês nessa. A ciência, assim como qualquer outro tópico desenvolvido
através do homem, tem suas falhas. E precisamos ir atrás delas para corrigi-las. Precisamos de reformas (assim como nossos sistemas políticos e sociais). Mas isso já é história para um outro post, um outro dia...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhz_-VAX7xWBUbZs03LuqKBFf12OrUhvZ3d4He4HsuU_LdQqokNitK2OLvq1-JFrTEDtoqRUh2g1kk3qWCD3UrmqxOKlzz5kYXdMCqYyz31i3Si2qyrHKHsKp2I4icH7cT3tZslu96NvTg/s1600/animal+testing.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="262" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhz_-VAX7xWBUbZs03LuqKBFf12OrUhvZ3d4He4HsuU_LdQqokNitK2OLvq1-JFrTEDtoqRUh2g1kk3qWCD3UrmqxOKlzz5kYXdMCqYyz31i3Si2qyrHKHsKp2I4icH7cT3tZslu96NvTg/s640/animal+testing.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-66565153618280802082013-08-20T19:02:00.003-07:002013-08-20T19:02:56.709-07:00"O que é felicidade meu amor" ??<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Acabo de voltar do lançamento do
livro <i>A menina quebrada</i> de Eliane
Brum, jornalista gaúcha que escreve as segundas-feiras para o site da revista
<a href="http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI247981-15230,00.html" target="_blank">Época</a>. Gosto muito dos textos da Eliane porque eles contextualizam, trazendo a
vertente política (algo que considero importantíssimo), para os diversos
tópicos da vida cotidiana. De certa forma, isso é algo que tento fazer também aqui
nesse blog (com muito menos competência e mais modestamente que ela, é claro).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Enquanto esperava pela sessão de
dedicatórias, me sentei na agradável livraria da Travessa de Ipanema para
saborear um cappuccino e as deliciosas palavras de Eliane no livro que acabara
de comprar. <i>A menina quebrada</i> é a
compilação de umas tantas colunas de Eliane publicada na Época online, e entre
elas encontra-se o texto intitulado <i>Vida
de clichê</i>. Dentre a meia dúzia de colunas que li hoje a noite, esta foi uma
delas, e me motivou a escrever esse pequeno post.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nessa busca <span style="font-family: inherit;">diária por escrever
minha própria história – que acabou me trazendo para o Rio de Janeiro para o
mestrado e agora o doutorado – uma de minhas maiores revelações pessoais foi a aceitação de um pensamento racionalista, ateísta e existencialista
como norteador moral da minha vida. Minha modesta tentativa (diária e incessante)
de fazer minha leitura pessoal sobre o mundo direcionou meu pensamento para esta
vertente que, </span>de maneira nenhuma, como podem pensar os partidários de certas
religiões, desamparou minha vida de sentido. Muito pelo contrário, este novo 'norte moral' me motiva a cada dia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um dos maiores questionamentos
dos meus amigos e familiares ainda religiosos - que não possuem aquele
preconceito exacerbado de que os ateus são más pessoas ou que consideram o
sentido pejorativo que ainda é empregado para esta palavra – sobre essa mudança
de visão de mundo é justamente sobre o desamparo. Perguntam eles: “mas a falta
de uma crença em algo maior não esvazia sua vida de sentindo?”</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E é por responder a esta pergunta
que volto à coluna da Eliane Brum. No texto <i>Vida
de clichê</i>, Eliane conta da carta que recebeu do irmão físico, alguns dias
após ela ter escrito sobre nosso ‘afastamento das estrelas’, dizia a carta:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: inherit;">“Somos um acidente evolutivo, ou
melhor, apenas um dos inúmeros (sub)produtos. A consciência não tem nada de
especial (a não ser para nós, é claro). Nossa posição temporal e geográfica no
universo é totalmente irrelevante. A contrapartida é que somos capazes de
perceber nossa existência (acredito que, em outros níveis, outros animais
complexos também conseguem). A partir daí, o mundo, tal qual percebemos, é TUDO
o que temos (e teremos!). Portanto, estamos no centro do NOSSO universo. E isso
coincide com as nossas adaptações evolutivas. Assim, nossa cosmologia é
encontrar um ponto de contato entre essas duas realidades: a externa, de total
irrelevância, e a interna, onde somos centrais (tanto que nosso universo
desaparece com a nossa morte). Por isso a religião (que resolve esse problema)
é – a meu ver – uma evolução natural da nossa cultura, consequência natural da
nossa evolução biológica (esse é o pensamento, mais ou menos entre outros, do
Daniel Dennett, em <u>Breaking the spell</u>).
Somos <u>believers</u> (crentes). <b>O que eu acho mais interessante no ponto de
vista agnóstico (ou ateu) é que, diante dessas percepções, sabemos que somos
tudo o que temos (como indivíduo ou como espécie) e, portanto, temos a liberdade
e a responsabilidade de definirmos o que queremos ser (como indivíduo e como
espécie). A construção do nosso mundo e para onde vamos é nossa
responsabilidade. Acho que não pode haver maior riqueza em uma vida do que essa
liberdade.</b></span>”</i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><br /></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Resolvi transcrever aqui as
palavras do irmão da Eliane porque elas são tudo o que eu penso ser
enriquecedor nesse ‘desamparo’ da vida de um ateu. Se considerarmos que a
responsabilidade pela nossa felicidade esta em nossas próprias mãos, só basta a
nós mesmos escolher o caminho a seguir. É dessa forma que explico aos meus
queridos ser, o desamparo do controle de algo maior, uma libertação
enriquecedora, porque por mais difícil e complicada que seja a situação na qual
eu me encontrar, será escolha minha decidir o que fazer a partir dali, e esta é
a maior felicidade que existe. Escolher é fazer a vida a cada dia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKY628WIBcH4yqQ_NYK2yfvMJZeELItWHTk1YAgLT3lWXfpXmwufbysWw2Vls6rZhswqpKDpLRNtKxY8_JXaG8f7nGNi6kPthJuoNiJmD5ZAOPcga7yQyVJFOLrljSNSLAhTyVwT39-6k/s1600/1175057_10201841844116577_888681436_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKY628WIBcH4yqQ_NYK2yfvMJZeELItWHTk1YAgLT3lWXfpXmwufbysWw2Vls6rZhswqpKDpLRNtKxY8_JXaG8f7nGNi6kPthJuoNiJmD5ZAOPcga7yQyVJFOLrljSNSLAhTyVwT39-6k/s400/1175057_10201841844116577_888681436_n.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
ps: e só para finalizar, não podia deixar de ‘cantar’
meu hino de amor ao Rio de Janeiro: a livraria da Travessa é uma graça e, mesmo
a noite, caminhar por Ipanema, com esse clima ameno do inverno carioca, traz
prazer e inspiração que podem durar semanas. “<i>Quero a vida sempre assim... ao
encontrar você eu conheci o que é felicidade meu amor..”</i><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-5298394546179961082013-07-12T12:39:00.001-07:002013-07-15T06:47:21.133-07:00A burocracia para a importação de material científico<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: 'Segoe UI', Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.7em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="line-height: 1.7em;">Com o fim bem sucedido do <a href="http://www.catarse.me/genoma" target="_blank">financiamento colaborativo</a> para o sequenciamento do genoma de </span><i style="background-color: transparent; border: 0px; line-height: 1.7em; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">L. fortunei</i><span style="line-height: 1.7em;">, só nos resta comemorar e trabalhar! Como já explicamos antes, a montagem de um genoma leva uma quantidade considerável de tempo, e por isso as recompensas que prometemos _ o nome nos genes e proteínas descritos para esse genoma _ vão chegar tardiamente, ao final do projeto. </span><span style="line-height: 1.7em;"> Mas isso não significa que você não possa ficar sabendo do que anda rolando aqui pelo nosso lab!</span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: 'Segoe UI', Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.7em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="line-height: 1.7em;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: 'Segoe UI', Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.7em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="line-height: 1.7em;">Para conhecer o projeto: <a href="http://www.catarse.me/genoma">www.catarse.me/genoma</a></span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: 'Segoe UI', Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.7em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="line-height: 1.7em;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: 'Segoe UI', Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.7em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="text-align: start;">Um dos destinos do dinheiro que arrecadamos de você através do Catarse, é a compra dos kits e reagentes para sequenciar as bilhões de letrinhas A, C, G e T que constituem o genoma do mexilhão dourado. O método de sequenciamento que utilizaremos é moderno, de alta tecnologia, e embora tenhamos essas máquinas no Brasil, os químicos utilizados com elas não são produzidos aqui, e por isso precisamos importá-los. E aí começa o drama:</span></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: 'Segoe UI', Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.7em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<a href="http://www.openmytilusconsortium.org/wp-content/uploads/2013/07/qu%C3%ADmicos1.png"><span style="-webkit-box-shadow: rgb(204, 204, 204) 2px 2px 2px; box-shadow: rgb(204, 204, 204) 0px 0px 7px inset; clear: right; color: #0d85cc; display: inline; height: auto;"><img alt="químicos" class="size-medium wp-image-222 alignright imageSeven" height="300" src="http://www.openmytilusconsortium.org/wp-content/uploads/2013/07/qu%C3%ADmicos1-298x300.png" style="-webkit-box-shadow: rgb(204, 204, 204) 2px 2px 2px; border: 1px solid rgb(204, 204, 204); box-shadow: rgb(204, 204, 204) 0px 0px 7px inset; display: inline; float: right; height: auto; margin: 4px 0px 12px 24px; max-width: 100%; padding: 7px; text-align: justify; vertical-align: baseline;" title="Por GNOME icon artists (GNOME SVN / GNOME FTP) [GPL (http://www.gnu.org/licenses/gpl.html)], undefined" width="298" /></span></a></div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: 'Segoe UI', Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.7em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
- Você sabia que, além de não produzir essa tecnologia de ponta aqui no Brasil, a importação de material científico leva o dobro ou o triplo do tempo (entre 60-90 dias) para chegar aqui do que em outros países que também importam?</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: 'Segoe UI', Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.7em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
É isso mesmo! Tal situação ocorre porque os produtos destinados à ciência são submetidos às mesmas leis que outros tipos de materiais importados. O resultado final é o caos: as altas taxas da Receita Federal, somado a fiscalização lenta e inexperiente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) atrasam demasiadamente a entrega de tais materiais aos laboratórios. Isso implica na perda de competitividade da ciência brasileira ao produzir inovação: o acesso muito mais facilitado aos materiais por cientista de outros países lhes confere uma grande vantagem nas pesquisas.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: 'Segoe UI', Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.7em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Mas o pior não é isso! Se o material chega, já ficamos felizes! Porque as estatísticas não mentem: um <a href="http://pt.scribd.com/doc/41403849/Pesquisa-Importacao-07112010" style="background-color: transparent; border: 0px; color: #0d85cc; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">levantamento</a> realizado pelo Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ com 165 cientistas, apontou que 76% deles já tiveram material apreendido na alfândega. Nesse processo burocrático, os reagentes perdem a validade e estragam, e muitas vezes nunca são liberados. Ainda, 99% dos entrevistados já desistiram ou desviaram os rumos de suas pesquisas em virtude das dificuldades criadas pela burocracia.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: 'Segoe UI', Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.7em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Se o Brasil é de fato o ‘país do futuro’, e quer ter competitividade internacional também nos setores de desenvolvimento de ciência e tecnologia, está mais do que na hora de mudar essa situação! E o deputado federal Romário de Souza Faria concorda com isso: sabendo da atuação do deputado na área das doenças raras, pesquisadores se mobilizaram e procuraram pelo parlamentar, que elaborou o Projeto de Lei 44111/2012. O PL visa alterar a lei 8.101/1990, para eliminar as dificuldades que os pesquisadores enfrentam no processo: um cadastro nacional de instituições e profissionais autorizados a importar materiais científicos seriam retirados sem burocracia e de forma isenta de cobranças pela Receita Federal e pela Anvisa.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: 'Segoe UI', Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.7em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Nas palavras da redação da revista <a href="http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/1,,EMI320962-17770,00.html" style="background-color: transparent; border: 0px; color: #0d85cc; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Galileu</a>: “é uma ideia até certo ponto óbvia. O mínimo que um país faz é não atrapalhar pessoas que dedicam sua vida ao conhecimento”.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: 'Segoe UI', Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.7em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
O PL foi bem aceito até agora, mas enfrenta a burocracia do sistema político brasileiro: se encontrar parecer favorável da Comissão de Seguridade Social e Família, ainda terá que passar pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática, pela Comissão de Finanças e Tributações e, finalmente, pela Comissão de Constituição e Justiça.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: 'Segoe UI', Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.7em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Uma outra solução para facilitar o processo de importação de material científico já foi apresentada anteriormente e se chama <i style="background-color: transparent; border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">CNPq Expresso</i>. Ambos preveem a rapidez na liberação dos materiais, no entanto, a PL prevê a isenção dos impostos, além de ser um projeto de lei, que propõe mudar a legislação federal. O CNPq Expresso é apenas um ato normativo.</div>
<div style="background-color: white; border: 0px; color: #333333; font-family: 'Segoe UI', Arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 1.7em; margin-bottom: 10px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
Estamos na torcida pela aprovação da PL! E se você quiser ver o genoma do mexilhão dourado sair rapidinho, deveria ficar de olho também!</div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-23703733173093019822013-07-08T16:10:00.001-07:002013-07-08T16:10:42.504-07:00Ceticismo.netO André do blog <a href="http://ceticismo.net/">ceticismo.net</a>, depois de ler o post que saiu no <a href="http://meiobit.com/130591/crowdfunding-brasil-projeto-genoma-mexilhao-dourado/" target="_blank">Meio Bit</a> sobre o projeto do genoma do mexilhão dourado, resolveu fazer uma micro-entrevista com a blogueira! O conjunto de perguntas dele foi um dos que mais gostei de responder nos últimos tempos..<br />
<br />
Para quem quiser conferir, segue o link: <a href="http://ceticismo.net/2013/07/08/grandes-nomes-da-ciencia-marcela-uliano/">http://ceticismo.net/2013/07/08/grandes-nomes-da-ciencia-marcela-uliano/</a><br />
<br />
Boa semana, pessoal!!<br />
<br />Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7804964952695475800.post-52858164537691500132013-06-22T08:59:00.000-07:002013-06-22T09:07:40.306-07:00E depois do fim do Crowdfunding...Desde o final bem sucedido do Crowdfunding para sequenciar o genoma do mexilhão dourado, a blogueira não teve tempo de parar aqui e escrever alguma coisa.<br />
<br />
Além do dinheiro arrecadado que vai nos ajudar muito a concluir esse projeto, esta iniciativa nos trouxe muitas outras inestimáveis alegrias.<br />
<br />
O professor Mauro escreveu um texto muito bom sobre tudo isso no blog dele, e recomendo a leitura. Pois muito do que eu gostaria de escrever aqui, já foi impresso nas palavras dele. É este aqui: <a href="http://scienceblogs.com.br/vqeb/2013/06/ativismo-cientifico/">http://scienceblogs.com.br/vqeb/2013/06/ativismo-cientifico/</a><br />
<br />
Para mim _ que idealizei criar este blog a fim de dividir com todo mundo a felicidade que sinto por viver nesse mundo científico, tentando explicar de uma forma simples alguns tópicos científicos bastante relevantes do nosso tempo _ a felicidade extrema de saber que hoje em dia muitos brasileiros entendem meu projeto de doutorado, consideram a importância e o apoiam é algo realmente encantador! Não tenho como não ficar emocionada!<br />
<br />
Em meio aos protestos e manifestações que estão rolando pelo Brasil, gostaria de fazer minhas às palavras do professor Mauro, " ...<i>em tempos de protesto daqui e de lá. Eu, que não sei de que sair na rua vai adiantar, encontrei a minha maneiro de mostrar, que tem outro jeito de fazer a coisa mudar...</i>".<br />
<br />
Nos próximos meses além de posts emocionados, você vai poder ler sobre o andamento científico do projeto. Fique atento! Continuo contando com o seu entusiamo para juntá-lo com o meu e, então, concluir esse projeto com êxito!<br />
<br />
Obrigada mais uma vez, Crowd!<br />
<br />
Para entender o projeto: <a href="http://www.catarse.me/genoma">www.catarse.me/genoma</a><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFttSO8l9iRcBHl9ZkR-7nfwP5iPvkpjz2hWHu1HB00XNKhlEVMOCGxGR_Qdjf7Bq1tXCUCXC3zCUwgDxiL8omspi-blQH7_R6cPGBh6TNNlTgD5rbLwl4NtFUEAOP4F1G9Yk8SHPt7ec/s1600/defesa+mestrado+018.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="311" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFttSO8l9iRcBHl9ZkR-7nfwP5iPvkpjz2hWHu1HB00XNKhlEVMOCGxGR_Qdjf7Bq1tXCUCXC3zCUwgDxiL8omspi-blQH7_R6cPGBh6TNNlTgD5rbLwl4NtFUEAOP4F1G9Yk8SHPt7ec/s400/defesa+mestrado+018.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">Foto tirada no dia da minha defesa de mestrado, quando sequenciei e montei a primeira parte do genoma do mexilhão dourado: os seus genes expressos, chamado de transcriptoma. Meu co-orientador, prof Chico Prós na minha direita, e o orientador Mauro Rebelo na esquerda. Time de primeira!</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><br /></span></div>
Marcela Uliano da Silvahttp://www.blogger.com/profile/14793751337784541492noreply@blogger.com1