Neste final de semana deixei o
Rio de Janeiro e fui dar um passeio em Porto Alegre. Eu estava à procura do mexilhão
dourado, Limnoperna fortunei, organismo
objeto de minha pesquisa de doutorado. Lá no sul, não foi difícil encontrá-lo!
Durante minha busca conheci o
senhor França, por coincidência, um catarinense criciumense mas que vive há
anos no Rio Grande do Sul e trabalha como pescador no delta do Rio Jacuí. Além da ajuda inestimável
durante a coleta, o simpático França me contou dos problemas que o
mexilhão dourado causa para os pescadores da região: é incrustação danificando barcos
e materiais de pesca o ano todo! E o seu França está certo: estimativas afirmam
que os gastos anuais devido aos danos causados no sul do Brasil unicamente por
causa deste bivalve podem chegar a R$1 milhão!
Meu projeto de doutorado, que desenvolvo no Laboratório de Biologia Molecular Ambiental (BioMA) do
Instituto de Biofísica (IBFFC) da UFRJ, envolve o sequenciamento do genoma
deste mexilhão. Você nunca ouviu falar dele? Há um outro texto deste blog, este aqui, que conta um pouquinho mais da história deste bivalve invasor.
A ideia é entender, a partir da
montagem do genoma, quais características adaptativas facilitam o sucesso desta
espécie como uma invasora tão eficiente!
O mexilhão dourado é chamado de “engenheiro
de ecossistemas”, pois ele transforma os novos locais onde é introduzido, via
de regra causando uma homogeneização do local, ou diminuição da biodiversidade.
E nós não queremos isso, né? Nós achamos que quanto mais diverso e diferente
melhor, certo?
Este mexilhão ainda não está
presente em águas amazônicas, e meu projeto de doutorado faz parte de uma
iniciativa maior para não deixar que ele chegue até lá! Nos próximos dias, você
vai saber, através deste blog, de qual maneira poderá nos ajudar nesta
empreitada pela manutenção da biodiversidade amazônica! Fique de olho!
Não deixar este bicho chegar na região amazônica é sim muito importante. Seu trabalho é de extrema importância. Vai fundo e conte sempre com meu apoio.
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